O fluxo de capital estrangeiro para o Brasil ficou positivo pelo quinto mês seguido, segundo dados do Banco Central (BC). Em agosto, o total de recursos que entrou no País superou o valor das remessas em US$ 2,96 bilhões, permitindo ao BC manter sua política de compra de dólares no mercado de câmbio.
No mês passado, as aquisições do BC somaram US$ 3,82 bilhões. Desse total, US$ 2,63 bilhões corresponderam a compras propriamente ditas feitas no período e, o restante, de empréstimos em dólares que a instituição havia liberado para alguns bancos nos meses mais fortes da crise e que agora estão sendo pagos. Os números, porém, mostram que, mesmo com a recuperação, a entrada de divisas no País continua bem abaixo do registrado no ano passado.
Entre janeiro e agosto, o ingresso líquido de recursos ficou em US$ 5,78 bilhões, uma queda de 69% em relação aos primeiros oito meses de 2008. Ainda assim, o que se observa nos últimos meses são ingressos de recursos que, embora de menor valor, se mantêm num nível constante.
Esse cenário permitiu ao BC retomar sua política de compra de dólares, interrompida no fim de 2008. Entre maio e agosto, o BC comprou US$ 18,24 bilhões no mercado, entre aquisições diretas e empréstimos pagos pelos bancos.
A entrada de recursos no País explica a expressiva depreciação do dólar, que está acumulada em 21,34% no ano. Apenas neste mês, a moeda estrangeira registra baixa de 2,86%. Depois de alcançar R$ 1,90 no começo de setembro, o dólar tem perdido força, voltando a se aproximar de R$ 1,80.
Ontem (09/09) a moeda norte-americana chegou a ser negociada a R$ 1,819. E, nesse nível, atraiu compradores. No fim das operações de ontem, o dólar registrava alta de 0,49%, vendido a R$ 1,836.
Mas essa alta não significou uma mudança na rota do câmbio que, segundo analistas, ainda é de baixa para o dólar.
O economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, diz que “a moeda norte-americana vem perdendo força frente a outras divisas e esse processo não parece perder fôlego por enquanto. Assim, mantemos nossa expectativa de que o dólar feche 2009 em R$ 1,70”.
Bolsas em alta – O tom favorável do Fed (banco central norte-americano), ao avaliar a economia do País, ajudou a manter as Bolsas de Valores em terreno positivo ontem. A alta da Bovespa não foi muito expressiva, mas permitiu que atingisse o maior patamar do ano. Com valorização de 0,10%, a Bovespa encerrou as operações a 57.909 pontos. Esse é o mais elevado nível desde julho do ano passado.
Ontem, o Fed apresentou o livro bege, uma compilação de dados econômicos do País. O documento mostrou que a atividade econômica nos Estados Unidos prossegue em seu processo de estabilização.
O índice Dow Jones, que reúne 30 das ações americanas mais negociadas, subiu 0,58%.
Para a Bovespa, foi decisiva a alta registrada pela Petrobras e pelos grandes bancos. Na outra ponta, os papéis das siderúrgicas tiveram um dia fraco.
O petróleo se fortaleceu um pouco mais, o que ajudou no resultado da Petrobras. Em Nova York, o barril do produto fechou em US$ 71,31, com alta de 0,30%. As ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas da Bolsa, subiram 0,36%.
Entre os grandes bancos, os destaques de alta ficaram com Itaú Unibanco PN, que subiu 1,25%, e Bradesco PN, com valorização de 0,63%.