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Crise global

FMI anuncia fim da recessão mundial

<p>Relatório do FMI revela que economia mundial dá sinais de que voltará a expandir-se novamente, mas que recuperação da crise será lenta.</p>

A recessão mundial terminou, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que divulgou hoje (01/10) suas previsões de crescimento diante do forte empurrão dado pela Ásia e os sinais positivos no resto do planeta, embora alertasse que a recuperação será lenta.

Segundo os novos cálculos, o mundo sofrerá uma contração em 2009 de três décimos menos que o previsto em julho, até 1,1%, mas esse resultado se deve ao terrível princípio de ano.

Para o ano que vem se prevê um crescimento de 3,1%, seis décimos mais que seu cálculo anterior.

“A economia mundial parece expandir-se de novo, empurrada pelo forte desempenho das economias asiáticas e a estabilização ou modesta recuperação no resto do planeta”, afirmou o organismo em seu relatório “Perspectivas Econômicas Mundiais”, que hoje tornou público em Istambul.

Isso lhe levou a uma revisão em alta das previsões por países em geral, especialmente em 2010.

Os Estados Unidos retrocederão 2,7% este ano, mas somarão um crescimento positivo de 1,5% em 2010.

A zona do euro passará de 4,2% negativo em 2009 a 0,3% positivo no ano que vem.

Enquanto, os mercados emergentes vão muito mais acelerados. China se expandirá 8,5% em 2009 e 9% em 2010, enquanto que o Brasil, o mais beneficiado pelas revisões de dados entre os países grandes, se contrairá 0,7% em 2009 e crescerá 3,5% o próximo ano.

Os dados indicam que o rebote após a maior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial não chegará tão alto como em anteriores recessões.

“O ritmo da recuperação é lento”, asseverou o FMI. Os estímulos fiscais e monetários impediram que se levantasse o espectro da depressão, o que encorajou às bolsas na segunda parte deste ano, de acordo com o organismo.

Mas o impacto da expansão orçamentária se diluirá em breve e a acumulação de inventários, que encorajou a atividade, também terá um limite. Ao mesmo tempo, o consumo e o investimento se fortalecem com lentidão.

Sem um setor privado robusto que substitua ao gasto público nos países avançados, o horizonte tem pouco de brilhante.

O FMI acredita que suas economias se movimentarão lentamente por grande parte de 2010 e que o desemprego continuará em alta.

Nos Estados Unidos superará 10% no próximo ano e na zona do euro se aproximará de 12%, embora na Espanha chegará a 20%.

O principal risco a curto prazo é a retirada prematura do apoio orçamentário e monetário sem precedentes à economia que aplicaram os Governos e bancos centrais, a qual pararia a recuperação, segundo o Fundo.

De fato, o organismo acredita que as medidas de estímulo poderiam ter de ser ampliadas se as coisas vão a pior. “Os Governos deveriam estar prontos para anunciar novas iniciativas se fosse necessário”, disse.

Além disso, dada a fragilidade da subida qualquer imprevisto poderia frustrá-la, como um novo aumento do petróleo, uma epidemia de gripe A mais forte ou o aumento do protecionismo, de acordo o relatório do FMI.

A médio prazo, o maior risco o ajuda o aumento dos déficit fiscais, que pode criar dúvidas nos mercados sobre a solvência dos Governos e o zelo antinflacionário de seus bancos centrais, na sua opinião.

Mas ao mesmo tempo o organismo também reconhece que poderia se equivocar em baixa, algo refrescante após meses de previsões pessimistas.

A entidade afirma que o fim do medo à depressão e as ganhos extraordinários nas bolsas desde março poderiam estimular o consumo e investimento acima de seus cálculos.