Redação (09/02/2009)- O Sistema de Crédito Cooperativo, Sicredi em Mato Grosso, encerrou o exercício 2008 com saldo positivo em suas aplicações, principalmente àquelas voltadas ao agronegócio, que dependendo da modalidade, teve seu fomento ampliando em 130% no ano passado.
O balanço da Cooperativa foi divulgado na sexta-feira (7), em Cuiabá, durante uma coletiva de imprensa. De acordo com o presidente da Central Sicredi/MT, João Carlos Spenthof, “o Sicredi segue 2009 sem medo da crise, tanto para as negociações voltadas ao crédito rural, como também ao crédito geral”. Utilizando recursos da poupança, a meta é ofertar ao campo mais R$ 130 milhões neste ano, além dos montantes, via Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).
O total de recursos aplicados em 2008 pelo Sicredi foi de R$ 1.615 bilhão, um crescimento de 24,1% com relação a 2007, que foi de R$ 1.302 bilhão. Desses, o crédito rural teve importante incremento no ano passado, na ordem de 91,14%, com destaques para linha de investimentos com crescimento de 117,88%, comercialização 122,35% e a de custeio à produção agropecuária, de 130%. A maior parte da fonte de recursos do custeio foi captada em dólar, com base na Resolução 2.770 do Banco Central (BACEN), e ela foi responsável por 54,6% do valor aplicado.
Para 2009, as metas são grandes, anuncia Spenthof. O Sicredi já inicia o ano operacionalizando a linha do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), que teve sua primeira liberação realizada no mês passado, na Unidade de Mirassol D’Oeste da Cooperativa Sicredi Sudoeste.
A caderneta de poupança será outro produto aliado do campo. A meta é atingir a captação em 2009 de R$ 200 milhões, sendo que 65% serão revertidos como fonte para financiamento do setor agropecuário, ou seja, mais R$ 130 milhões. “Quem poupa no Sicredi MT ajuda diretamente a financiar a agricultura e pecuária de nosso Estado, e no seu município”, adenda João Carlos.
“Atendemos, e muito, nossos associados nesse ano de dificuldade de acesso ao crédito, seja pela redução das fontes de exigibilidade dos bancos ou pela diminuição de recursos vindos das tradings. Com tudo isso, o Sicredi vem ampliando sua participação no mercado financeiro do Estado, cuja participação de 3,2% do mercado nos últimos cinco anos, passou para 7,3%, uma expansão de 128% no período”, enfatiza Spenthof. Ele acrescenta que isso se deu “de forma saudável, com qualidade e através da melhoria da inteligência na gestão do crédito”.
GERAL – No crédito geral os números também são positivos. Com o processo de livre admissão das Cooperativas de Crédito que antes só atuavam com o setor rural, ampliou a atuação das cooperativas e consequentemente a carteira das linhas de crédito geral para as pessoas físicas e jurídicas.
Entre os destaques de crescimento das linhas de crédito geral está o desconto de recebíveis que cresceu 67,6% e os cartões de crédito em 111%, porém, o maior volume da carteira é o do crédito direto para pessoas físicas e jurídicas, acumulando R$ 463,1 milhões, com um crescimento de 26,16%, com relação a 2007, que foi de R$ 367,1 milhões.
RECUO – Em 2008, o Sicredi/MT teve um crescimento atrelado com melhorias dos índices de inadimplência, que caiu de 2,1% para 1,3%. Esses indicadores, que vem caindo nos últimos 12 meses, estão abaixo da média de mercado que, segundo dados do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), registrou taxas de inadimplência de 7,8% em dezembro último, relativas às operações com pessoas físicas, que respondem pela grande maioria do quadro social do Sicredi. ”Isso nós já esperávamos, pois a essência do cooperativismo de crédito está na cumplicidade dos associados, que são donos do negócio e zelam por seu desenvolvimento e gestão”, explica Spenthof.