Redação SI 16/02/2004 -06h30 – Símbolo do Plano Real por ser um alimento barato e com preços estabilizados durante muito tempo, o frango brasileiro está pronto para alçar vôos mais altos. Hoje o produto é um dos cartões de visitas do País no mercado internacional.
Com a ocorrência, na virada do ano, da doença da vaca louca em bovinos e da gripe das aves nos Estados Unidos e na Tailândia – grandes países exportadores de aves -, o cenário para 2004, que já era promissor para a avicultura brasileira, a segunda maior do planeta, ficou ainda melhor.
A perspectiva é de que o volume total de frangos, de 7,8 milhões de toneladas em 2003, cresça cerca de 10%, impulsionado especialmente pelas exportações. Na iminência de conquistar novos mercados, como o da Coréia, e de ampliar as vendas para Japão e China, ganhando fatias de grandes exportadores afetados pela gripe das aves, a projeção é encerrar o ano com acréscimo de até 15% nas vendas externas de frangos em faturamento e volume, segundo entidades ligadas ao setor.
No ano passado, o Brasil tornou-se o maior exportador mundial do produto em receita, com vendas de US$ 1,8 bilhão, e ultrapassou os EUA. “Hoje não tem mais para eles (os concorrentes internacionais) e a grandeza da nossa avicultura começa a se manifestar”, resume Euclides Costenaro, diretor de Operações da Perdigão Agroindustrial de Rio Verde, em Goiás, tido como o maior complexo de produção de aves e suínos da América Latina.
Ele argumenta que a atividade está consolidada com conhecimento técnico e uma cadeia de produção forte, condições fundamentais para a expansão que já começou a se manifestar.
Depois do surgimento da gripe das aves, o Japão, um grande comprador, exemplifica, demonstrou maior interesse em ampliar as aquisições de frango brasileiro. A Coréia do Sul é outro mercado que manifestou vontade de ir às compras da ave verde e amarela. “Nas próximas semanas, vamos nos submeter a uma auditoria deles conta Costenaro. Ele ressalta que os volumes contratados pelos clientes serão respeitados.
O impacto nos preços por causa da restrição na oferta começa a ser observado. Do fim do ano passado até agora, a cotação da tonelada da coxa desossada de frango no mercado japonês saltou de US$ 1.500 para US$ 2.500, com alta de 67%.
No mercado interno também houve um movimento de valorização dos preços, mas em escala menor. O quilo do frango vivo no atacado de São Paulo, por exemplo, que custava R$ 1,30 na metade do mês passado, hoje atinge R$ 1,50, com alta de 15%.