Redação AI 30/09/2004 – Os EUA iniciarão o tão prometido processo de abertura de seu mercado para a carne de frango do Brasil. O assunto entrou esta semana na pauta de negociações do Comitê Consultivo Agrícola Brasil-Estados Unidos (CCA), que se reuniu em Washington. Outro avanço foi o reconhecimento, por parte das autoridades americanas, de que os focos de febre aftosa registrados este ano no Pará e no Amazonas não afetaram a análise de risco que está sendo feita pelos técnicos sanitários daquele país com o objetivo de liberar as importações de carne bovina “in natura” do Brasil, previstas para começar em 2005.
A delegação brasileira, chefiada pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Amauri Dimarzio, conseguiu, ainda, liberar as exportações de mamão papaia produzido no Rio Grande do Norte e na Bahia. Até agora, só o Espírito Santo tinha autorização para vender a fruta. “Os americanos reconheceram que em menos de um ano de trabalho, o Comitê Consultivo já conseguiu fazer mais do que vinte anos de negociações bilaterais”, afirmou Dimarzio ao Valor, por telefone. Ainda com relação às frutas, os americanos aceitaram estudar a proposta brasileira de fazer um monitoramento via satélite dos processos de tratamento fitossanitário da produção de manga. Isso pode representar uma economia de até US$ 800 mil dólares por ano aos produtores brasileiros, pois evitaria a presença de um fiscal dos Estados Unidos em cada unidade brasileira de processamento da fruta.
Com relação à carne de frango, Dimarzio revelou que os americanos tem interesse em comprar cortes de peito do Brasil. “A idéia é começar com a venda de carnes industrializadas para depois abrir o mercado de carne ”in natura”. Quanto às negociações sobre carne bovina, ele confirmou que em até 60 dias as autoridades sanitárias dos EUA devem aprovar a recomendação de regulamentação que permitirá o acesso do Brasil ao mercado americano. Dimarzio estará hoje em Nashville participando do encontro anual dos importadores de carne dos EUA. Ele fará uma apresentação sobre o andamento das negociações bilaterais. “Como não é fácil entrar no mercado americano, será uma ótima oportunidade para conseguir o apoio deles”, disse.