O frango caipira produzido em Ivaiporã, a 160 quilômetros de Londrina, ganha reconhecimento internacional. Mas não é um frango caipira qualquer, semelhante aos criados em quintais das casas na zona rural. É um frango de origem francesa e tem uma espécie de grife, a Label Rouge, que significa rótulo vermelho ou frango colorido. A diferença com o frango comum é ser produzido com uma tecnologia genética que permite a reprodução em larga escala.
A Cooperativa De Louê, com sede na França, é a única do mundo que detém o know how da espécie Label Rouge e produz 30 milhões de unidades por ano. No Brasil apenas uma empresa gaúcha tem autorização para comercializar os pintainhos que são repassados aos criadores com apenas um dia de vida. Em recente visita ao Brasil, uma missão empresarial formada por 36 pessoas fez questão de conhecer “”in loco”” a experiência de seus parceiros no Paraná para conseguir um produto diferenciado.
A família do produtor Messias Luiz Batista começou a trabalhar com o frango de origem francesa há 10 anos, sem muita expectativa. A previsão inicial era abater entre 50 a 100 frangos por semana. Na primeira oportunidade, o patriarca saiu de casa para vender uma caixa lotada com 90 frangos e voltou sem nenhuma unidade. O sucesso nas vendas foi motivo de festa e a partir daí a produção não parou de crescer. A família comprou uma segunda caixa para 250 unidades, depois uma kombi refrigerada e em seguida um pequeno caminhão. Hoje, a Frango Sabor Caipira abate 2 mil frangos por dia e a perspectiva de crescimento permanece.
Apesar de todo tipo de controle que existe nos formatos de negócios que envolvem a importação de tecnologia, a família Batista conseguiu incrementar ainda mais a qualidade do frango. E foi exatamente este detalhe que despertou a curiosidade dos franceses.
A família Batista cuida de 80% de toda a criação e terceiriza os outros 20% para vizinhos próximos. Nos primeiros 30 dias, as aves são criadas em regime de confinamento e depois deste período são soltas em grandes espaços e em piquetes para no máximo 5 mil aves. Outro segredo está na alimentação. Os frangos são criados com mandioca, abóbora, cenoura, verduras e uma ração quase orgânica, sem antibióticos. Enquanto os frangos caipiras comuns ficam prontos para abate entre 6 a 8 meses, seus semelhantes da grife francesa demoram entre entre 90 a 120 dias, ou seja, a metade do tempo.
A missão empresarial que visitou Ivaiporã concluiu que a família Batista consegue produzir um frango de melhor qualidade porque, além de todos os pequenos cuidados de “”olhos do dono””, ainda mantém uma produção relativamente pequena se comparada com o maior parceiro da empresa no Brasil, que se localiza na cidade de Uberaba (MG).