O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Zordan, estima para este ano um crescimento de 20% sobre a receita operacional bruta registrada pelas cooperativas catarinenses em 2008, que foi de R$ 11,07 bilhões. Ele acredita que o frango vai puxar o resultado da agropecuária no segundo semestre, já que os estoques das grandes redes de supermercados e de países importadores estão no fim. “Eles vão ter que acelerar as compras”. Além disso, a redução na produção de aves, de 13% estipulada no início de 2009, vai pressionar uma alta de preço.
Balanço da Ocesc mostra que apesar do crescimento das receitas das cooperativas em 2008, de 22,2%, as sobras (lucro) somaram R$ 80,69 milhões e foram 61,5% menores do que no ano anterior. De acordo com Zordan, a retração é resultado da crise do comércio internacional e da queda de preços dos principais itens da pauta de exportação, especialmente das carnes. O patrimônio líquido cooperativas cresceu 16% e atingiu R$ 2,38 bilhões em 2008.
O ramo agropecuário é o mais representativo do sistema cooperativista em Santa Catarina. As 51 cooperativas do setor responderam por 66,8% do movimento econômico e fecharam 2008 com faturamento de R$ 7,4 bilhões, 24% superior ao ano anterior. Embora com faturamento maior, registraram prejuízo de R$ 5,37 milhões ante ganho de R$ 108,77 milhões em 2007. “O balanço de 2008 revelou a verdadeira ‘marolinha’ da crise sobre o setor”.
Segundo Zordan, no último trimestre do ano passado os custos de produção aumentaram com as altas de adubos, rações e insumos, com o aumento dos estoques e a paralisação das vendas no mercado interno e externo. “As cooperativas foram obrigadas a receber a produção dos associados. Compramos a saca de milho a R$ 20,00 e vendemos a R$ 17,00, o preço do suíno despencou, de R$ 2,70 para R$ 1,60 e chegamos a registrar perda de R$ 80,00 por animal”, conta o dirigente.
O ramo agropecuário contou ainda com a estagnação das exportações e com os prejuízos das enchentes de novembro do ano passado que paralisaram as atividades no porto de Itajaí, maior escoador de carnes congeladas do País.
O sistema cooperativista catarinense é formado por 255 cooperativas dos ramos agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho e transporte. Juntas, representam 860 mil famílias associadas (crescimento de 10,6% em relação a 2007), o que corresponde a mais de um terço da população estadual. As cooperativas empregam diretamente 30 mil pessoas, contingente que cresceu 12,7% em 2008.