Redação AI 14/04/2004 – 06h39 – Exportadoras prevêem faturar 15% mais neste ano, para US$ 2,1 bilhões com vendas externas. As exportações brasileiras de frango deverão crescer 10,3% neste ano, alcançando algo em torno de 2,25 milhões de toneladas, segundo as projeções da Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos (Abef). Em receita o aumento será ainda maior, de 15%, para US$ 2,1 bilhões. Se confirmado, o volume colocará o Brasil na primeira posição do ranking dos maiores exportadores mundiais de aves, informa a entidade.
Será também o maior crescimento do período, uma vez que as vendas externas dos Estados Unidos – maior exportador mundial de 2003 – devem crescer apenas 0,5%, para algo em torno de 2,24 milhões de toneladas em 2004. Na União Européia (UE), grupo de países que se posicionou em terceiro no ranking dos maiores exportadores do ano passado, as vendas devem registrar aumento de 6,8%, para 780 mil toneladas embarcadas ao longo de 2004.
Já as exportações da China e da Tailândia devem cair, respectivamente 20% e 43%. A incidência da gripe de aves que atingiu importantes nações produtores na Ásia, além de ter atingido também os Estados Unidos e o Canadá explicam a redução dos embarques dos países asiáticos. O aumento da participação do frango brasileiro no exterior também reflete em parte os problemas sanitários registrados nos concorrentes.
“Três variáveis justificam o desempenho do Brasil no mercado externo: produção crescente; preços relativos favoráveis em relação à carne bovina no mercado interno; e bons preços nas exportações”, diz Vânia Di Addario Guimarães, da Universidade Federal do Paraná.
A produção brasileira de aves deve crescer 6% este ano, para 8,1 milhões de toneladas, o dobro do crescimento mundial previsto para o período de 3,7%, para 55,9 milhões de toneladas. Já as exportações mundiais estão estimadas em 6 milhões de toneladas, uma retração de 0,5% em relação às vendas do ano passado, o que coloca o Brasil com cerca de 34% do mercado mundial de aves, em comparação com os 31% do ano passado.
“Neste ano pretendemos manter a posição alcançada e atingir novos mercados, entre eles a Coréia, o México e o Chile”, diz Cláudio Martins, diretor da Abef.
Além do aumento de volume, o faturamento do setor também será maior em 2004, uma vez que os preços praticados no mercado externo este ano estão mais remuneradores que no ano passado, com valorização de 73% nos preços da carne de frango industrializada, cotada atualmente em US$ 2,33 mil por tonelada, e de 39,7% no frango “in natura”, com preços que se situam em US$ 1 mil por tonelada.
Nos anos de 2001 e 2002 o consumo interno de frangos permaneceu estagnado em patamares próximos de 5,7 milhões de toneladas, voltando a se recuperar no ano passado, com chances de crescer 5,3% este ano, para 6 milhões de toneladas, segundo técnicos do setor.