Oriente Médio é a base de sustentação do frango brasileiro no mercado externo. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Frango (Abef), a região representa o principal mercado da carne, e permanece como ponto quase único de sustentação das exportações do produto neste período de crise econômica mundial. Entre janeiro e setembro de 2009, enquanto as exportações brasileiras recuaram cerca de 4%, os embarques de carne de frango destinados aos países do Oriente Médio aumentaram quase 20% em relação ao mesmo período de 2008 e, com um volume adicional de 168,2 mil toneladas, ultrapassaram ligeiramente o milhão de toneladas. Isso significou incremento de perto de 25% na participação, que passou de 30,1% do total entre janeiro e setembro de 2008 para 37,5% neste ano.
Fora o Oriente Médio, apenas as vendas destinadas a países do continente africano registraram aumento. Mas embora o índice de incremento tenha sido quase similar (+19,5%), o adicional registrado (+49,3 mil toneladas) foi bem menos significativo.
Em oposição a esses dois aumentos, a queda mais significativa ocorreu entre os importadores da América: 114,1 mil toneladas a menos, isto correspondendo a retrocessos de 35,6% no volume e de 32,9% na participação. Vêm a seguir os países da Europa não integrantes da União Européia, cujos recuos – de 47,2% no volume e de 45% na participação – corresponderam a uma redução de quase 93 mil toneladas no volume importado.
Menos mal que o segundo e terceiro principais blocos importadores tenham apresentado quedas menos sensíveis. As exportações destinadas aos países asiáticos caíram 11,7%, fazendo com que a participação do bloco ficasse 8% menor. E aquelas com destino aos 27 países da União Européia foram 7,2% menores, determinando uma redução de 3,3% na participação sobre o volume exportado pelo Brasil nos nove primeiros meses de 2009. Adriano Zerbini, gerente de relações com o mercado da Abef, lembra que o grosso das vendas para o Oriente Médio, em geral, é de frango inteiro com peso entre 1 quilo e 1,2 quilos. A tonelada do galeto chega ao atacado na região por cerca de US$ 1,6 mil, quase US$ 1 mil abaixo do valor negociado pelos locais. O frango inteiro é menos valorizado, por exemplo, do que o nobre peito de frango preferido pelos europeus. Mas, em compensação, nada nele se perde – e o relacionamento com o Oriente Médio é muito menos suscetível a barreiras comerciais do que com a Europa.