presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, disse nesta quinta-feira, 19, que o principal entrave para as vendas de carne de frango ao Marrocos é a tarifa de importação, que beira os 200% (para carnes em geral). “O mercado está aberto, mas uma taxa como essa é inadmissível”, disse Turra, que participa de encontro com o ministro das Relações Exteriores e Cooperação do Reino de Marrocos, Saad-Eddine El Othmani, na Câmara de Comércio Árabe Brasileira.
“Sabemos que o Marrocos tem produção própria de carne de frango insuficiente. Uma real abertura com Brasil não levará apenas turistas, mas parcerias comerciais e alívio para o consumidor marroquino”, afirmou Turra. Segundo ele, o país tem uma população de 20 mil habitantes, com um consumo de carne de frango de 17 quilos habitante por ano. “Há espaço para crescer esse consumo. Vejo um potencial de vendas da carne de frango brasileira ao Marrocos de cerca de 200 mil toneladas por ano”, disse o executivo.
Sardinha
O diretor da Gomes da Costa, José Alberto Kacelmikn, também presente, disse que as empresas brasileiras ainda sofrem com uma tarifa alta na importação de sardinha marroquina. “O Brasil importa 70 mil toneladas de sardinha por ano. Somente a Gomes da Costa compra 15 mil toneladas por ano. Há uma pequena cota (ele não disse o volume) que possui uma tarifa de 2%, mas no resto, a maioria, há a incidência de uma tarifa de importação de 10%, o que é oneroso ao setor”, disse. “Proponho um negócio entre o frango e a sardinha, já que o problema em comum são as tarifas”, sugeriu.
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O ministro marroquino se mostrou disposto a intermediar e tentar resolver os problemas levantados pelos dois setores. “Todos os problemas serão discutidos, para reduzi-los e até eliminá-los”, afirmou. Ele informou que a partir de 2014 será criada uma comissão mista de representantes Brasil-Marrocos para discutir acordos, novas parcerias e os entraves ao comércio entre os dois países.
