Nesta sexta-feira (13/11), os preços para o frango vivo encerraram estáveis, depois de uma semana de valorizações em diversas praças de comercialização. Com a demanda da primeira quinzena do mês mais aquecida, as cotações para o vivo reagiram e podem apresentar novas altas ainda nos próximos dias.
De acordo com informações do Cepea, os atuais patamares de preços chegam a superar aqueles praticados há um ano, em valores reais. Estas altas são impulsionadas principalmente pelo bom desempenho das exportações, além da necessidade de ajustes devido ao aumento significativo nos custos de produção.
Além disto, frigoríficos também têm intensificado as compras, impulsionado pela demanda aquecida, a proximidade das festas de final de ano, além do alto preço de proteínas concorrentes – como a carne bovina. De acordo com informações da Scot Consultoria, “as vendas estão em bons volumes e a oferta ajustada à demanda, mantendo o mercado firme”.
Preços
O levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que quase todas as praças apresentaram valorização de preços na semana, em que Maringá (PR) teve a maior alta – de 13,04%. Na praça, os preços subiram R$ 0,30 e a semana encerra com negócios a R$ 2,60/kg. Em Toledo, também no Paraná, a valorização foi de 8,70% e o vivo valendo R$ 2,50/kg.
Nas praças de Chapecó e Palmitos, em Santa Catarina, as altas foram de 4,76%, com negócios a R$ 2,20/kg. Em Umuarama (PR), a valorização foi de 1,64% e chegou a R$ 3,10/kg.
Em São Paulo (SP), que de acordo com a Scot Consultoria, atingiu o maior valor do ano, em R$ 3,10/kg – apesar da semana de preços estáveis. Já em Minas Gerais, que apresentou valorização significativa nas semanas anteriores, os preços não apresentaram mudanças e encerram a R$ 3,35/kg.
Paralisações
Nesta semana, os caminhoneiros autônomos realizaram nova greve, que acontece desde a última segunda-feira. As paralisações são motivo de preocupação para o setor, que já enfrentou perdas com as mobilizações de fevereiro, além de setembro com a greve dos Fiscais Agropecuários que prejudicaram os embarques.
Apesar disto, a ABPA (Associação Brasileira Proteína Animal) informou que foram poucos relatos sobre dificuldades para escoamento da produção e acesso a insumos, como farelo de soja e milho, visto que o movimento perder força no decorrer da semana. “Entretanto, conforme informações também dos nossos associados, é notado uma diminuição no movimento grevista”, informa a entidade.
Além disto, a entidade possui uma liminar desde a primeira paralisação, que garante que todos os caminhões de associados tenham livre passagem em Rodovias Federais – medida que foi tomada para diminuir os impactos aos produtores.
“O mês de novembro será crucial para o setor recuperar perdas com a primeira greve dos caminhoneiros, além da paralisação dos trabalhos dos fiscais federais agropecuários, ocorrida entre setembro e outubro. Neste mês, grandes importadores, como a Rússia, elevam suas importações para formação de estoques para enfrentar o inverno, quando a atividade de portos é suspensa devido ao frio e ao gelo”, destaca o presidente da ABPA, Francisco Turra.
Exportações
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os resultados parciais de embarques de carne de frango in natura para novembro, referente a primeira semana. Em volume chegam a 72,1 mil toneladas, com média diária de 18 mil toneladas. Os números apontam para aumento de 26,9% em relação a média de outubro e acréscimo de 21,2% em comparação com novembro de 2014.
Já em receita, a soma chega a US$ 106,3 milhões, com a tonelada valendo US$ 1.472,8.