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Commodities

Freada chinesa derruba preço de commodities e Bolsas mundiais

Dados divulgados pelo governo chinês mostram que as exportações do país caíram 6,8% em novembro na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto as importações tiveram retração de 8,7% -a 13ª queda consecutiva.

Freada chinesa derruba preço de commodities e Bolsas mundiais

Preocupações sobre o ritmo de crescimento da economia da China voltaram a pesar sobre os preços das commodities nesta terça (8), puxando para baixo também as principais Bolsas mundiais.

No Brasil, o Ibovespa (principal índice da Bolsa) recuou 1,7%, com ações de empresas influenciadas pelos preços de matérias-primas, como a Vale, fechando em queda.

Dados divulgados pelo governo chinês mostram que as exportações do país caíram 6,8% em novembro na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto as importações tiveram retração de 8,7% –a 13ª queda consecutiva.

A China é um grande consumidor de matérias-primas e uma desaceleração do crescimento no país gera preocupações sobre a demanda futura por esses produtos –derrubando seus preços no mercado internacional.

O preço do minério de ferro está no menor nível desde o início das negociações no modelo atual, em 2009.

O barril do petróleo tipo Brent também voltou ao patamar de 2009 –a cotação da commodity é referência para os contratos da Petrobras. O recuo no preço é um desafio para a estatal viabilizar seus investimentos no pré-sal.

A desaceleração das compras chinesas é mais um motivo de pressão para as empresas brasileiras, que já sofrem com a economia em recessão e a tensão política.

De acordo com André Soares, ex-coordenador de pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-China, os números preocupam pelo impacto que podem ter no PIB da segunda maior economia global.

Ele diz que, caso a tendência se mantenha, o governo chinês da China terá de adotar novas medidas de estímulo para a economia.

MERCADOS

As ações de empresas influenciadas pelos preços das matérias-primas ficaram entre as maiores baixas do principal índice da Bolsa brasileira, que teve desvalorização de 1,72%.

Os papéis preferenciais da Vale caíram 5,28%, enquanto as ações ordinárias da CSN tiveram redução de 6,37%. Também no vermelho, os papéis da Petrobras (preferenciais) recuaram 0,83%.

Em linha com o mau humor externo, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,36%, para R$ 3,814. O comercial, utilizado em transações de comércio exterior, subiu 1,35%, para R$ 3,811. Entre as 24 principais moedas emergentes, o dólar subiu sobre 16 –o real foi a terceira moeda que mais perdeu força.

Para enfrentar a queda das commodities, as mineradoras Anglo American e Rio Tinto anunciaram cortes ontem. A Anglo vai reduzir seus ativos em 60% e cortará 85 mil funcionários –hoje, são 135 mil. Já a Rio Tinto vai cortar em US$ 500 milhões seus investimentos em 2016.