O chefe de uma das associações de carne da Rússia publicou uma carta aberta ao presidente Vladimir Putin, dizendo que a indústria está “em crise” e avisou que haverá default (suspensão dos pagamentos) dos frigoríficos se o governo não oferecer algum tipo de ajuda, de acordo com o site GlobalMeatNews.com.
Em agosto, a Rússia proibiu as importações de carne bovina, suína e de aves da Austrália, do Canadá e dos Estados Unidos em retaliação a sanções destes países impostas aos russos devido ao seu envolvimento no conflito em curso na Ucrânia. A proibição de importação de carne é parte de uma suspensão mais ampla de um ano sobre os produtos agrícolas de todos os países que impõem sanções à Rússia, que inclui a União Europeia.
Essa proibição aumentou os preços de matérias-primas para os processadores de 12% para 14%, de acordo com a carta, que foi lançada pela União Nacional dos Processadores de Carne da Rússia (NUMP). Em cima de aumentos de preços anteriores, os processadores na Rússia estão lidando com uma alta nos preços das matérias-primas entre 62% e 67% este ano, alegou a NUMP.
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Processadoras de carne do extremo oriente da Rússia estão sofrendo ainda mais, por causa de falta de carne in natura, que seria importada e distribuída para aquela região, e estão procurando urgentemente importações de novos mercados como o Brasil e a Argentina, disse Patvel Ketaeve, presidente da Associação de Empresas de Processamento de Carnes de Primorsky Krai.
A NUMP acredita que o governo russo fará uma proibição oficial sobre o aumento dos preços no varejo, por medo de incitar agitação social. Os grandes varejistas congelaram qualquer adoção de novos preços para salsicha e outros produtos à base de carne processada, seguindo recomendações do governo russo, de acordo com a carta aberta.
A NUMP está buscando incentivos fiscais, ou pelo menos um aumento gradual do preço no varejo de produtos de carne, para que o setor da indústria possa voltar a operar com lucratividade.
