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Frigoríficos reduzem abate de frango

<p>No Paraná, medida tem como objetivo compensar a queda nas exportações.</p>

Redação (21/11/2008)- Frigoríficos do Paraná reduzem o abate de frango para compensar a queda nas exportações. No campo, a medida ainda não afetou os criadores.

O produtor Mayco Volpato trabalha com criação de frango há um ano. Na granja dele, em Sarandi, no norte do Paraná, os efeitos da crise internacional estão chegando. Ele trabalha no sistema de integração com uma indústria da região e algumas mudanças já começaram.

Na granja a produção não deve diminuir. O criador espera receber no próximo lote 34 mil aves, a mesma quantidade dos meses anteriores. O que mudou nesse caso é o período de vazio sanitário. O barracão agora vai ficar mais tempo vazio.

“Doze dias, antes deixava 10 dias. Esses dois dias não afetam na produção. A média do ano são seis lotes. Seis lotes multiplicados por dois dias são 12 dias no ano. Não tem influenciado não”, explica o criador Mayco Volpato.

Se para o produtor o período maior do vazio sanitário não muda muito a rotina, para indústria dois dias significam a necessidade de diminuir o abate ao longo do mês.

No frigorífico de Maringá reduziu o abate em 400 toneladas de frango por mês só com a mudança no período de vazio sanitário. Tudo para se adequar à queda nas exportações. Em outubro, o Brasil exportou 315 mil toneladas de carne de frango, 3% a menos que em setembro.

Os grandes compradores diminuíram as encomendas. O Japão 21%, a Rússia 10%. Quem trabalha no setor de exportações está preocupado.

“Estou muito preocupada porque eu preciso trabalhar. Eu moro com os meus pais. Eu preciso trabalhar para ajudar em casa”, disse a funcionária do frigorífico Keith Camargo.

Mas, por enquanto, as demissões estão descartadas. Palavra do patrão, que não vê a crise com pessimismo.

“Essa crise é passageira. Nós acreditamos que dentro de 40 dias, meados do mês de dezembro, as coisas já começam a girar. O mundo vai começar a entender que essa crise financeira é um pouco psicológica. As pessoas não têm como deixar de comer o frango, que é uma das proteínas mais acessíveis a todas as classes sociais”, afirma o proprietário do frigorífico.

Quase 20% da produção brasileira de frango está concentrada no Paraná.