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Frigoríficos se preparam para ganhar com a gripe do frango

Expectativa é de elevar em 10% as exportações de aves em 2004.

Redação AI 03/03/2004 – 05h08 – Oportunidade para os produtores, o espaço aberto no mercado externo para o frango brasileiro pela influenza aviária pode atingir o bolso do consumidor. A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef) estima uma alta de pelo menos 10% nas vendas externas este ano em relação a 2003. No final das contas, porém, o produto deve ficar mais caro também para os brasileiros.

Enquanto se preparam para atender a um esperado aumento de demanda internacional, as empresas gaúchas do segmento contam com a chance para elevar os ganhos no mercado interno, achatados pela queda na renda dos brasileiros.

“Os preços já reagiram, e os mercados internacionais vão comprar com certeza, mas recomendamos bom senso aos produtores. Seria tolice imaginar que os países afetados pela influenza aviária não vão voltar ao mercado”, alerta Paulo Vellinho, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

A Ásia, onde o problema é mais agudo, lembra Vellinho, é responsável por cerca de 25% da produção mundial. É para evitar uma “bolha de demanda” que leve a um excesso de oferta mundial que o executivo recomenda cautela.

Preços devem aumentar já neste mês no país

Segundo Vellinho, hoje o produtor “troca seis por cinco”, isto é, tem custo maior do que o preço pelo qual consegue vender:

Com aumento das vendas no mercado externo pode haver uma redução da oferta de frango no mercado interno para que os preços sejam equivalentes aos custos.

João Dirceu Konrad, do escritório Four Importações e Exportações Ltda, de Lajeado, acredita que os preços devem aumentar já n este mês no mercado interno.

A rota descendente do preço doméstico arrastou consigo boa parte da rentabilidade das empresas do setor. A expectativa é de alguma recuperação com o incidente da gripe do frango. Em janeiro, já houve uma elevação dos preços internacionais, de 29,7%. Mesmo assim, as exportações no mês passado deram um salto de 45%, especialmente para Japão, Arábia Saudita, Hong Kong, Países Baixos, Alemanha e Iêmen.

“Há uma recuperação de preços, mas ainda não voltou ao patamar de US$ 1,2 mil por tonelada em que já esteve. A cotação internacional, que já chegou a baixar a até US$ 800 por tonelada, está hoje por volta de US$ 1,06 mil”, estima Vellinho.

Com o objetivo de conquistar clientes que perdurem além dos efeitos da doença, a Avipal acredita que há espaço para crescer.

“Estamos estudando o mercado, mas ainda não houve influência da doença sobre o negócio. O aumento nas exportações é recuperação de mercados retraídos ou perdidos”, explica o diretor de planejamento da empresa, Ernesto Krug.

Em janeiro, a Avipal exportou US$ 15 milhões em frango, US$ 6 milhões a mais do que no mês de dezembro de 2003, afirma o executivo.