A Administração-Geral de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China publicou, nesta quinta-feira, 26 de maio, a lista dos primeiros frigoríficos brasileiros autorizados a exportar carne para o país asiático. São três indústrias localizadas nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás (As empresas são BRF, Marfrig e Aurora). O governo chinês anunciou, em abril, a abertura do mercado para o produto do Brasil durante visita da presidenta Dilma Rousseff a Pequim. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, integrou a comitiva presidencial.
Nos próximos dias, os governos do Brasil e da China vão fechar os termos do certificado sanitário que contém os requisitos para o início dos embarques da carne suína nacional. “Enquanto isso, o setor privado já está programando a produção de acordo com as exigências chinesas”, informa o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Luiz Carlos Oliveira, que também participou da missão a Pequim em abril.
Nesta semana, Oliveira se reuniu com representantes da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). No encontro, foram acertados os requisitos específicos do mercado chinês, que envolvem determinado tipo de animal e ração e o modo de criação do rebanho, por exemplo, a serem utilizados para atender o país asiático.
Durante a visita da presidenta Dilma Rousseff a Pequim, os chineses também anunciaram a aprovação de mais 25 frigoríficos brasileiros habilitados a vender carne de frango e outros cinco de carne bovina. Houve, ainda, avanços nas negociações para início dos embarques de tabaco (proveniente dos estados de Alagoas e Bahia), gelatina, citros, sêmen e embriões de bovinos.
Comércio bilateral – Desde 2008, a China é o principal comprador de produtos agropecuários brasileiros. Nos últimos três anos, as exportações brasileiras para a China cresceram 214%, passando de US$ 3,5 bilhões, em 2007, para US$ 11 bilhões em 2010.
O complexo soja (óleo, grão e farelo) lidera as compras chinesas, com US$ 7,9 bilhões ou 20 milhões de toneladas. Dos três subprodutos, o grão representa a maior parcela das importações – US$ 7,1 bilhões. O Brasil também exporta para a China produtos florestais (madeira, cortiça, celulose e subprodutos), totalizando US$ 1,28 bilhão.
O valor total das exportações do complexo sucroalcooleiro, que compreende açúcar e etanol, é de US$ 514,77 milhões, sendo US$ 514,76 milhões referentes à importação de açúcar. A China também importa carne bovina e de frango do Brasil. No ano passado, as importações dos produtos renderam US$ 225,6 milhões, dos quais US$ 219,6 milhões referem-se à carne de frango. Em 2010, o Brasil foi o principal fornecedor de carne de aves para os chineses.