O valor total mantido pelos fundos de investimento em contratos de commodities agrícolas encolheu em 2012. Segundo relatório divulgado ontem pelo Barclays Capital, o montante recuou 1,3%, de US$ 76 bilhões para US$ 75 bilhões. Trata-se do menor nível desde 2009. Só no último trimestre, o valor dessa carteira caiu 6,25%, de US$ 80 bilhões para US$ 75 bilhões.
A redução é explicada principalmente pela queda nos preços de algumas matérias-primas, como açúcar, café e algodão, já que, no ano passado, os investidores institucionais colocaram cerca de US$ 800 milhões em dinheiro novo nesse segmento. Esse fluxo melhorou em relação a 2011, quando US$ 1,3 bilhão deixaram o mercado. Mesmo assim, o desempenho ficou longe daquele registrado nos anos anteriores. Em 2009 e 2010, os fundos aportaram US$ 20,2 bilhões e US$ 12,5 bilhões, respectivamente, nos mercados agrícolas.
De modo geral, 2012 foi um ano de pouco brilho para os mercados de commodities, com os principais índices de preço estáveis ou em leve queda. Para o Barclays, o ano serviu ao menos para colocar em xeque a tese de que as injeções de liquidez por parte dos bancos centrais têm um efeito inflacionário sobre as cotações. “Poucas commodities estão ao menos um pouco mais caras do que antes do anúncio do QE3 [a terceira rodada de afrouxamento monetário nos Estados Unidos] e muitas estão mais baratas”, sustenta.
O valor total das carteiras agrícola, energética e metálica dos fundos cresceu 7,34%, de US$ 395 bilhões para US$ 424 bilhões, mas o crescimento foi praticamente todo garantido por novas aplicações em metais preciosos – uma espécie de porto seguro em tempos de incerteza econômica.
Ao todo, os investidores destinaram mais US$ 20,4 bilhões aos mercados de commodities em 2012, um aumento de 39,7% em relação a 2011 – apesar disso, o número ficou distante dos US$ 66,1 bilhões aportados em 2010 e dos US$ 76,8 bilhões de 2009. Desse montante, US$ 19,8 bilhões – ou 97% do total – foram para as carteiras de metais preciosos, US$ 800 milhões para as de produtos agrícolas e US$ 200 milhões para as de metais básicos. No mercado de energia, os saques superaram os depósitos em US$ 500 milhões.
Além dos US$ 75 bilhões alocados em contratos agrícolas, o fundos encerraram o ano com US$ 199 bilhões lastreados em metais preciosos, US$ 121 bilhões em energia e US$ 28 bilhões em metais básicos.