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Economia

Governo do Japão fomenta agricultura de emergentes

As autoridades buscam países em desenvolvimento para elevar a produção alimentar.

O governo do Japão prepara um plano para financiar investimentos na produção agrícola em países em desenvolvimento, dando mais um sinal do nervosismo entre os países importadores de commodities agrícolas com a segurança de abastecimento alimentar.

As autoridades buscam identificar regiões que poderiam beneficiar-se dos investimentos e assistência do Japão para elevar a produção de alimentos, segundo o Ministério de Agricultura do país.

Os investimentos são de natureza diferente dos da Coreia do Sul e Arábia Saudita, que investem em terras cultiváveis para exportar de volta as colheitas e alimentar sua própria população. Tóquio planeja que as colheitas sejam vendidas no mercado mundial, segundo fontes a par da política agrícola japonesa.

O diretor de negociações de política de comércio internacional do Ministério da Agricultura, Munemitsu Hirano, afirmou que o Japão poderia não receber a garantia de um fornecimento estável de alimentos como resultado de seus esforços de investimento. “Se a produção aumentar mundialmente isso ajudará o Japão a importar”.

Tóquio apoia há muito tempo empreendimentos das empresas de comércio exterior na agricultura – sobretudo na produção de soja na América Latina, após assustar-se com a dependência em relação aos EUA na esteira do breve embargo aos grãos determinado pelo país em 1973. Itochu e Marubeni, duas das maiores traders japonesas, pretendem elevar a produção agrícola e assinaram acordos com a China para fornecer commodities aos chineses, como a soja. O Japão não considera investir na África, onde o alimento é escasso, mas na América Central e do Sul e no Leste Europeu.

Há “áreas de alto potencial que podem elevar as exportações de alimentos com alguma ajuda – áreas que possuem capacidade de produção, mas não têm sistema de distribuição ou infraestrutura ou tecnologia para melhorar a qualidade da colheita”, disse Hirano.

Depois do último repique nos preços das commodities e das restrições comerciais que se seguiram, mais países passaram a buscar melhorar a segurança alimentar. A prática de financiar a produção no exterior para depois importá-la, conhecida como “tomada de terras”, alarmou alguns diplomatas, especialmente porque alguns países almejam assegurar a provisão agrícola para atender suas próprias populações.

O Instituto Internacional de Pesquisa de Políticas Alimentares (IFPRI), órgão sustentado por vários governos, defenderá um “código de conduta” para regulamentar os investimentos em terras cultiváveis no exterior. Os atuais investimentos em terras cultiváveis, incluindo os pendentes de aprovação final, poderiam abranger algo entre 15 milhões e 20 milhões de hectares – mais do que o dobro da terra cultivada na Alemanha.