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Governo e setor privado vão investir R$ 4,6 bi em Santos

Esse valor será distribuídos entre R$ 861 milhões do governo federal e R$ 3,7 bilhões de empresas do setor privado.

Redação (17/02/2009)- O porto de Santos recebeu garantias de que manterá investimentos entre este ano e o próximo, sem interrupções, como aposta no crescimento da economia e do comércio exterior, com o aporte equivalente a R$ 4,56 bilhões. Esse valor será distribuídos entre R$ 861 milhões do governo federal e R$ 3,7 bilhões de empresas do setor privado.
O balanço do pacote de investimentos feito pela Secretaria Especial de Portos (SEP) para as obras em andamento e para as que vão ser iniciadas surpreendeu até o ministro Pedro Brito, para quem "neste momento de crise (a avaliação) é boa para o porto, com os investimentos seguindo sem qualquer retração". Em entrevista ao Valor, o ministro estimou em 5.200 o número de empregos diretos a serem gerados por um conjunto de 17 obras de infraestrutura no porto paulista, o maior do país, com a parcela do governo federal computada na conta do Programa de Aceleração Continuada (PAC).

Com esses aportes, Santos poderá saltar das atuais 80,1 milhões de toneladas de cargas movimentadas por ano para 100 milhões de toneladas, em dois anos, mesmo que algumas das obras não sejam concluídas até 2010, segundo o ministro.

Outras aplicações em sistemas de tecnologia voltada aos portos, como na área de segurança, ganharão um reforço especial nesse período. Como exemplo, há um sistema de monitoramento eletrônico desde a barra de Santos aos cais, o VPS, que demandará R$ 9 milhões. Para concluir o projeto do ISPS Code, voltada à segurança, estão previstos mais R$ 46 milhões.

A estratégia dos investimentos visa acomodar a infraestrutura do porto à crescente demanda de cargas, fruto das decisões da iniciativa privada em investir em equipamentos. As empresas privadas passaram a operar integralmente os terminais há 14 anos. A sobrecarga de mercadorias passou a colidir com estruturas viárias antigas, baixa profundidade do canal do estuário e mesmo deterioração de estruturas do cais.

Dos investimentos públicos, duas novas obras ganham prioridade: o reforço da estrutura de sete quilômetros de cais e uma passagem subterrânea entre os armazéns 1 e 2, no Valongo, para contornar cruzamentos de veículos ferroviários e rodoviários. As perimetrais das margem direita, com R$ 100 milhões, e a da esquerda, R$ 70 milhões, incluem-se nas soluções de deslocamentos mais rápidos nas áreas que circunscrevem o porto.

Conforme Pedro Brito, até o final de março estará concluída a licitação da dragagem de aprofundamento, com custo orçado em R$ 186 milhões. Outro montante, de R$ 32 milhões, será destinado ao derrocamento de duas pedras que restringem a navegação no estuário. E há mais R$ 7,2 milhões para remoção dos destroços do navio grego Ais George, mantidos semisubmersos desde a década de 70.

Sob responsabilidade do setor privado, a Secretaria de Portos pontua principalmente os investimentos de três grandes terminais – o da Brasil Terminais Portuários (BTP), do grupo francês MSC, para contêineres e granéis líquidos, cujo aporte na obra soma R$ 1,1 bilhão; o da Embraport, do grupo capixaba Coimex, também para contêineres e granéis líquidos, com foco em etanol, com mais R$ 1,2 bilhão; e o da APM Terminals, exclusivo para contêineres, também valor semelhante (R$ 1,0 bilhão).

Há outros terminais, É o caso do Tecondi, de contêineres, com R$ 180 milhões, para ampliação, e o da Itamaraty, para granéis sólidos, com R$ 75 milhões. Para o Terminal de Exportação de Veículos (TEV), na margem esquerda, cuja licitação ocorrerá em março, estão previstos R$ 100 milhões.