Aumento dos volumes exportados e valorização do dólar frente ao real fizeram subir os ganhos dos exportadores. Balança comercial do agronegócio registrou superavit de US$ 75 bi, 8,8% menos do que no ano anterior
Apesar de ter havido uma queda de preços em dólar dos principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil – como carnes, soja e milho – em 2015, os exportadores brasileiros tiveram ganhos 30,8% superiores no ano passado frente ao ano anterior. Isso foi possível por causa da valorização do dólar frente ao real e do aumento dos volumes exportados. “Isso mostra a competitividade e a qualidade dos nossos produtos, que vêm conquistando e consolidando mercados pelo mundo. Muitos países que compravam de outros lugares, agora importam do Brasil”, explicou a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Tatiana Palermo.
Ela informou ainda que o agronegócio brasileiro registrou recorde histórico de participação nas exportações brasileiras (46,2%). Em 2014, esse percentual foi de 43% e, em 2013, 41,3%. Entretanto, a baixa dos preços levou à redução do superavit da balança comercial do agronegócio que em 2015 atingiu US$ 75,15 bilhões, 8,8% menos do que os US$ 80,13 bilhões de superavit registrado em 2014.
A China foi o principal destino dos produtos do agronegócio brasileiro em 2015, somando US$ 21,28 bilhões. Os destaques foram soja em grãos e celulose. O país asiático recebeu 24% das commodities brasileiras e foi o destino de mais de 75% da soja em grãos exportada no período. A União Europeia e os Estados Unidos também foram grandes importadores com participações de 21% e de 7%, respectivamente. “Em tempos difíceis do cenário econômico mundial, com a queda generalizada de preços e alta no valor dos insumos agrícolas, estamos muito bem e a atividade agropecuária continua se mostrando bastante remuneradora”, ressaltou a secretária.
Destaques
A quantidade de soja em grão, milho, frango in natura, café e celulose vendidos para o exterior em 2015 foi recorde na série histórica da balança comercial do agronegócio, iniciada em 1997. O volume exportado de soja em grãos cresceu 19% em relação a 2014 e chegou a 54,32% milhões de toneladas.
O farelo de soja teve 14,8 milhões de toneladas vendidas para o exterior (aumento de 8%); o milho alcançou 28,9 milhões de toneladas (crescimento de 40%); o café vendeu 2,09 milhões de toneladas (1%), a carne de frango in natura, 3,89 milhões de toneladas (7%) e a celulose, 11,97 milhões de toneladas (8%).
Outros itens importantes para o agronegócio brasileiro registraram aumento no volume exportados em relação a 2014, como álcool (34%), frutas (17%), papel (14%), cacau e derivados (12%) e carne suína (10%).
Em relação ao valor exportado, o complexo de soja ocupou a primeira posição no ranking, com US$ 27,9 bilhões. As carnes estão em segundo lugar nas vendas externas (US$ 14,7 bilhões), com destaque para a carne de frango, que representou 48% do valor exportado pelo setor de carnes (US$ 7,07 bilhões e 4,23 milhões de toneladas).
Os produtos florestais ocuparam a terceira posição. Foram exportados US$ 10,33 bilhões, dos quais mais da metade representa venda de celulose (US$ 5,59 bilhões). Em relação ao ano anterior, houve crescimento de 5,6% em valor, quando as exportações do produto haviam alcançado US$ 5,29 bilhões. De acordo com Tatiana Palermo, este ano, o Ministério da Agricultura espera aumento de 2% dos valores, em dólar, dos produtos agrícolas exportados