Da Redação 20/11/2002 – A Granja Roseira, uma das principais produtoras de frangos de corte e suínos da região de Conchas (SP), já ficou sem estoque do grão para abastecer sua fábrica de ração. Estamos comprando para garantir o consumo diário, conta o responsável pelo Departamento de Compras, Hélio Augusto Ignácio. No dia 18, o produto foi adquirido na região de Assis, no oeste do Estado, a R$ 29,50 a saca, fora o frete, que custou mais R$ 1,30 por saca. A carga viajou cerca de 400 quilômetros. Ignácio defende a importação como uma saída para regular o mercado. Ele lembra que o Brasil exporta parte de sua produção de suínos e aves, o que compensaria o desembolso para a compra do milho lá fora.
O avicultor João Pedro dos Santos, que produz ovos em Itapetininga, quase vendeu parte de sua produção de milho há cinco meses por R$ 17,00 a saca. Na época, o preço era muito atraente. Ele agora agradece a Deus por não ter fechado o negócio. Estaria sem comida para as aves ou teria de comprar pagando quase o dobro.
O agrônomo do Departamento de Sementes da Cati em Campinas, Armando Azevedo Portas, considera importante que o governo mantenha uma política de incentivo à produção de milho tanto para evitar a importação, onerosa demais para o País, como para ter excedentes para exportar. O mundo descobriu a qualidade do milho brasileiro, diz. Segundo ele, além de não ser transgênico, o produto nacional tem mais qualidade.
Por causa das condições de clima e solo, nosso milho tem teores maiores de proteína e energia, além da ótima coloração. A Secretaria da Agricultura estimula principalmente o plantio da safrinha, quando o milho não sofre a concorrência da soja.
Estamos informando os produtores que o preço do grão vai se manter num patamar muito bom, entre R$ 18,00 e R$ 19,00, mesmo após a colheita da safra de verão. A safrinha é plantada entre o fim de fevereiro e meados de março.