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Insumos

Grãos sustentados

Insumos devem continuar com preço sustentado nos EUA. De modo geral, os fundos especulativos começam a olhar com mais simpatia para os grãos.

Grãos sustentados

Os preços futuros de soja, milho e trigo devem continuar sustentados na Bolsa de Chicago (CBOT). Apesar de algumas perdas na semana passada, o mercado de grãos encerrou o mês de abril com ganhos expressivos nos contratos para entrega em julho. Soja e milho subiram, respectivamente, 5,1% e 5,2%, enquanto o trigo avançou 8,4%.

De modo geral, os fundos especulativos começam a olhar com mais simpatia para os grãos depois do fraco desempenho do primeiro trimestre, quando o mercado foi pressionado principalmente pela colheita de uma safra recorde na América do Sul e as expectativas de um plantio recorde nos Estados Unidos.

Com a atenção agora voltada para o desenvolvimento da safra 2010/11 norte-americana, a tendência é de que os mercados fiquem cada vez mais suscetíveis a ralis provocados por movimentos especulativos relacionados com o clima, a evolução lavouras e, por fim, o tamanho da produção.

Nesta segunda-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga seu relatório semanal de acompanhamento de safra, com as primeiras estimativas em relação à evolução do plantio da soja. No dia 11, o órgão apresenta suas primeiras projeções de oferta e demanda para a safra 2010/11.

Café: Nova York mostra sinais positivos

Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) confirmaram a expectativa de trabalhar acima de 135 cents. O vencimento julho encerrou na sexta-feira a 135,30 cents, marcando o melhor nível de três semanas a 135,75 cents.

Analistas consideram que graficamente o mercado pode testar níveis mais altos, como a resistência a 137 cents e, eventualmente, 138,50 cents e 140 cents. Nas últimas semanas, o café tem operado dentro de intervalo entre 140 cents. De um lado, o avanço da colheita da safra brasileira pressiona os preços. Em contrapartida, nota-se uma oferta apertada de grãos de qualidade no curto prazo. Além disso, a aproximação do inverno no Hemisfério Sul aumenta o risco de geadas nos cafezais, o que exige cautela dos vendidos.

O ambiente econômico global segue influenciando o mercado de commodities. No fim de semana, o governo da Grécia chegou a um acordo com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional (FMI), para um pacote de ajuda de até US$ 160 bilhões e cortes de 30 bilhões de euros (US$ 40 bilhões) no orçamento ao longo de três anos. O problema é que a garantia do empréstimo exigirá medidas de austeridade profundamente impopulares em uma tentativa desesperada de evitar um calote da dívida. A expectativa é que o euro ganho força ante o dólar, favorecendo as commodities.

Os fundos de investimento, por sua vez, elevaram o saldo líquido vendido no mercado de café, considerando futuros e opções. Uma retomada das compras pode levar esses participantes a cobrirem posição, impulsionando ainda mais os preços.

Açúcar: futuros devem buscar consolidação

Os futuros de açúcar iniciam o mês de maio na ICE Futures buscando a consolidação que não ocorreu no mês anterior. Julho agora é o primeiro vencimento e a expectativa ainda é de que este vencimento seja negociado entre 15 e 16 cents por libra, diante do sentimento de que uma maior comercialização de açúcar apenas ocorrerá mais perto do final da safra mundial 2009/10, em setembro.

Na sexta, o vencimento maio saiu da tela a 15,05 cents e o sentimento é de que a entrega fique em um volume entre 200 e 300 mil toneladas, menos da metade das 597 mil toneladas entregues no vencimento março/10. O spread entre maio e julho de um prêmio de apenas 10 pontos para julho deve ter consolidado uma entrega pequena.

Fundamentalmente, o sentimento é de que diante do potencial de uma recuperação expressiva da produção a partir de 2010/11, os países importadores irão apenas reconstruir seus estoques a partir do próximo ano quando os preços estarão menores. Até lá, estes compradores irão adquirir produto da mão para boca, o que vai contribuir para a manutenção dos preços em torno de 15 a 16 cents, que é o valor que possibilita investimentos em novos greenfields no Brasil.

Se de um lado, a demanda deve seguir gradual e da mão para a boca, a oferta também deve ser restrita se os preços se aproximarem dos custos de produção. No Brasil, estima-se que a atual safra 2010/11 seja mais alcooleira que o estimado inicialmente.