Redação AI (07/04/06)- A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou praticamente estável de março para fevereiro. Segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta foi de 0,43% no mês passado, com leve variação ante o aumento de 0,41% de fevereiro. Em março de 2005, o IPCA havia ficado em 0,61%.
Houve um certo equilíbrio entre os grupos que compõem o índice. Enquanto os Combustíveis aumentaram 4,79% no período, contribuindo para com 0,29 ponto porcentual no resultado total, a gripe aviária fez com que o frango ficasse mais barato, forçando para baixo, o resultado total.
No mês passado, o grupo dos Alimentos teve deflação de 0,24%, mantendo a tendência de queda registrada na pesquisa anterior, quando a retração foi de 0,28%. Os preços do frango caíram 12,15% em relação a fevereiro, registrando a maior contribuição individual negativa para o total: 0,10 ponto percentual.
Aumento nos preços
Já a maior contribuição individual para cima ficou a cargo da gasolina. O combustível teve representatividade de 0,17 ponto percentual, com aumento nos preços de 2,78%. Segundo o instituto, a alta foi tanto em função de reajustes no álcool como na alteração em sua composição.
O litro do álcool combustível, por sua vez, chegou a ficar 12,85% mais caro, contribuindo com 0,12 ponto percentual. O IBGE explicou que “embora o aumento do álcool tenha sido maior, sua contribuição foi inferior à da gasolina por conta de sua pequena participação nas despesas das famílias e, conseqüentemente, nos cálculos do índice”.
Juntos, os combustíveis para veículos tiveram alta de 4,97%, contribuindo com 0,29 ponto percentual no resultado total. No ano, o acumulado chega a 9,21%, sendo 4,60% referente ao aumento da gasolina e 27,54% ao do álcool.
O IPCA do primeiro trimestre do ano acumulou 1,44%, resultado inferior ao do mesmo período do ano passado, quando o indicador estava em 1,79%. Nos últimos 12 meses, o acumulado ficou em 5,32%, também abaixo da taxa de 5,51% registrada no mesmo período anterior.
Regiões
Inflação |
Confira a variação por regiões (em %) | |||
Região | Fevereiro | Março | Ano |
Brasília | 0,61 | 0,75 | 2,79 |
Belo Horizonte | 0,55 | 0,64 | 2,69 |
Salvador | 0,44 | 0,55 | 1,57 |
Porto Alegre | 0,18 | 0,52 | 1,11 |
Curitiba | 0,27 | 0,50 | 1,55 |
Recife | 0,58 | 0,48 | 1,07 |
Goiânia | 0,06 | 0,48 | 1,13 |
Belém | 0,31 | 0,44 | 1,31 |
São Paulo | 0,34 | 0,37 | 1,02 |
Fortaleza | 0,36 | 0,37 | 1,29 |
Rio de Janeiro | 0,74 | 0,18 | 1,73 |
Brasil | 0,41 | 0,43 | 1,44 |
Para cálculo do índice foram comparados os preços coletados no período de 25 de fevereiro a 28 de março (referência) com os preços vigentes no período de 28 de janeiro a 24 de fevereiro (base).
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília.
INPC
Já a inflação para a parcela mais pobre da população foi menor do que a registrada pelo IPCA. A mesma pesquisa do IBGE mostrou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) aumentou 0,27% no período – resultado, também, próximo ao registrado em fevereiro, quando a alta foi de 0,23%. Em março de 2005, o índice havia ficado em 0,73%.
No mês, os produtos alimentícios apresentaram variação negativa de 0,12%, enquanto os não alimentícios aumentaram 0,43%.
Os índices regionais seguiram a tendência do IPCA, ao ser constatada em Brasília a maior variação, com 1,03%, e no Rio de Janeiro, a menor, com deflação de 0,08%.
Com o índice de março, o acumulado do primeiro trimestre do ano ficou em 0,88%, bem menos do que no ano passado (1,75%). Nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 4,15%, também abaixo do resultado de 4,63% relativo aos 12 meses imediatamente anteriores.
O INPC segue a mesma metodologia do IPCA, mas se refere às famílias com renda entre um e oito salários mínimos.