Gripe Norte Americana, Influenza A, Gripe AH1N1. São muitos os nomes, a doença é a mesma. Alertas, comunicados e notícias são divulgados pelo governo e pela grande imprensa – “Carne suína pode ser consumida com segurança”. Apesar das ações aplicadas, será que esta “crise” já pode ser sentida no mercado interno brasileiro?
Na opinião do sócio-proprietário do frigorífico Cancian. Rafael Luis de Camargo, a doença está longe de prejudicar os seus negócios. Responsável pela distribuição de produtos suínos em diversos estabelecimentos no interior paulista (incluindo um restaurante e açougue próprios em Sorocaba), a empresa de 42 anos não teve seu faturamento afetado nos últimos dias. “Temos que conviver com as brincadeiras de nossos clientes, são poucos que perguntam seriamente sobre a doença”, explica Rafael. “Se perguntam, respondo o correto: Nosso produto é 100% seguro. No geral, acredito que a população está bem informada”.
Apesar do bom humor dos consumidores, para o representante da Cancian foi um alívio constatar que a doença não afetou seu comércio. “O termo gripe suína permanece na cabeça das pessoas. É aquele negócio de que a primeira impressão é a que fica”, diz Rafael. Ele deve distribuir informativos impressos em seus estabelecimentos, como forma de conscientização dos consumidores. “Eu classifico como satisfatória a conscientização da população em relação à doença, mas ela deve ser intensificada pelo governo, suinocultores e comerciantes”, opina. “Precisamos desveicular a gripe da carne suína. A doença é humana e não animal”.
De acordo com Rafael, os investimentos da Cancian para este ano serão mantidos. “Meu orçamento não teve nenhum tipo de modificação. Vou fazer melhorias na infraestrutura das empresas que levam a marca Cancian e estou seguro desta decisão”.
Mitos- Rafael acredita no crescimento do consumo de carne suína no Brasil, mas episódios como este podem aumentar os mitos contra o produto. “Hoje tem gente que ainda me pergunta se criamos porco na lavagem”, diz. “É absurdo. A carne suína é um alimento saudável, com baixo teor de colesterol e muito equilibrado em sua composição. Ela deveria ocupar um maior espaço na mesa do consumidor brasileiro”.