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Gripe pode fazer exportação de aves cair até 8%

<p>Os exportadores estão tentando traçar cenários para as vendas nos próximos meses.</p>

Redação AI (06/04/06)- Ainda às voltas com o impacto da gripe aviária nos embarques brasileiros de carne de frango, os exportadores tentam traçar cenários para as vendas nos próximos meses. Durante encontro para discutir a doença, ontem, em São Paulo, Ricardo Gonçalves, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef) estimou que se os volumes exportados a partir de abril forem iguais aos de 2005, as vendas externas ficarão estáveis em relação ao ano passado, quando somaram 2,845 milhões de toneladas.

No caso de queda de 5% nas exportações a partir de abril, a previsão da Abef é de que o volume embarcado decresça entre 5% e 8%. Num terceiro cenário, sem notificações de novos casos de gripe aviária na Europa, pode haver aumento nas exportações brasileiras no segundo semestre. Nesse quadro, o volume no ano “pode até crescer 5%”.

Por conta do pânico provocado pela gripe aviária, as exportações brasileiras de frango ficaram estáveis no primeiro trimestre deste ano. Foram 634 mil toneladas contra 635 mil em igual período de 2005. A receita cresceu de US$ 686 milhões nos primeiros três meses de 2005 para US$ 783 milhões até março passado.

Gonçalves estima que o Brasil deixou de exportar entre 60 mil e 90 mil toneladas nos primeiros três meses deste ano, considerando que o ritmo de crescimento 15% de 2005 fosse mantido.

Estimativas do consultor Osler Desouzart, da OD Consultoria, indicam que o consumo mundial de carne de frango deve ficar em 82,573 milhões de toneladas este ano. A previsão, antes do avanço da gripe, era de 83,936 milhões de toneladas. O maior recuo no consumo deve ocorrer na Europa, onde se estimava demanda de 11,51 milhões de toneladas; agora a previsão foi revisada para 10,5 milhões de toneladas. “A Europa só importa carne de frango do Brasil por isso uma queda lá vai impactar as exportações brasileiras”, afirmou Desouzart durante o encontro.

O diretor de Inspeção de Produtos de Origem de Animal do Ministério da Agricultura, Nelmon Oliveira da Costa, disse, no evento, que a área está pedindo mais recursos ao governo para reforçar o trabalho de controle e prevenção da gripe aviária, que é exótica no Brasil. Ele afirmou que o plano de prevenção e combate à influenza aviária e à doença de Newcastle, cuja adesão é voluntária, é um reforço ao já existente Programa Nacional de Sanidade Avícola. Segundo ele, o plano visa estimular a certificação e a sorologia nas regiões de criação para prevenir a doença.

Na Europa, a influenza voltou ao noticiário. Segundo a Reuters, na Escócia, foi detectado o vírus H5 num cisne. Estão sendo feitos testes para confirmar se é o H5N1. Na Saxonia, na Alemanha, autoridades confirmaram pela primeira vez a presença dessa cepa em criação doméstica. Antes dessa informação, um porta-voz do governo dissera que testes preliminares em fazenda de perus e gansos detectaram o H5. Não está claro se trata-se da mesma granja.