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Exportação

Novas habilitações de frigoríficos devem gerar R$ 10 bi no comércio entre Brasil e China

Novas habilitações de frigoríficos devem gerar R$ 10 bi no comércio entre Brasil e China

O Ministério da Agricultura anunciou uma expansão significativa nas relações comerciais com a China, que poderá aumentar as exportações de carne brasileira em cerca de R$ 10 bilhões por ano. Esta previsão surge após a habilitação de 38 novos frigoríficos e entrepostos comerciais pelo país asiático, com a maior parte voltada para o setor de carne bovina.

Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do ministério, destacou o impacto positivo dessas habilitações para a economia brasileira, salientando o potencial de geração de empregos e renda em diversas regiões do país. “As exportações não apenas fortalecem a economia local, mas também promovem a contratação de mais pessoal”, explicou.

No entanto, a expectativa de elevação nos preços da carne pode ser moderada pela situação econômica atual da China. Fernando Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, aponta que apesar do aumento no volume de exportações, especialmente de carne bovina, a desvalorização da moeda chinesa e a ampla oferta de carne suína no mercado interno chinês devem manter os preços em patamares mais baixos.

Este cenário desafiador não desanima os produtores brasileiros, que veem nas novas habilitações uma oportunidade de reforçar sua posição como fornecedores privilegiados de proteína animal para a China. As autorizações distribuídas quase uniformemente por todo o Brasil, exceto pelo Nordeste, promovem a diversificação das regiões exportadoras, segundo destacou Perosa.

Os Estados de Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e Mato Grosso foram especialmente mencionados por Iglesias como beneficiários dessa expansão, com Mato Grosso posicionado para retomar a liderança como o maior exportador de proteína animal do Brasil, superando São Paulo.

Líderes do setor, como Paulo Mustefaga, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), e Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes (Abiec), celebraram o sucesso das negociações. Eles enfatizam a importância da cooperação técnica e diplomática entre o governo brasileiro, o setor privado e a ApexBrasil para alcançar esses resultados, ao mesmo tempo em que apontam para a necessidade de incluir regiões ainda não habilitadas, como o Nordeste.

A China se mantém como o principal destino das exportações de carne brasileira, com um total de 192 mil toneladas de carne bovina in natura comercializadas apenas no início de 2024. Esse movimento estratégico não só reforça o papel do Brasil no mercado global de carnes, como também promete beneficiar a economia interna do país através do fortalecimento da suinocultura e pecuária nacional.