O governo federal trabalha em diversas frentes para impulsionar a capacidade produtiva da indústria farmacêutica brasileira e reduzir a dependência externa do mercado de remédios. O Ministério da Saúde coordena ações que incluem parcerias entre laboratórios nacionais públicos e privados para a produção de medicamentos considerados estratégicos, o financiamento do desenvolvimento de pesquisas em mais de 400 universidades, acordos de transferência de tecnologia para a produção local de vacinas e até a criação de um superlaboratório brasileiro, com a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Reinaldo Guimarães, secretário de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério, informou que o investimento brasileiro em infraestrutura, pesquisa e tecnologia no chamado complexo industrial da saúde (CIS) soma R$ 6 bilhões entre 2003 e março de 2010. “Com o maior desenvolvimento industrial na área, o Brasil tem mais condições de ampliar o acesso da população a exames, medicamentos e tratamentos de doenças, além de benefícios para o desenvolvimento econômico e para a geração de empregos”, resume.
No campo das parcerias, o ministério informou que 17 laboratórios públicos e privados trabalham juntos para produzir remédios estratégicos dentro do País. São drogas para Alzheimer, hemofilia, osteosporose, aids, asma, tuberculose, para pacientes que passaram por transplante, além do contraceptivo DIU. Segundo Guimarães, o trabalho em conjunto pode gerar economia de quase 15% do orçamento para compras externas do Ministério da Saúde. “Importamos esses produtos e pagamos, em média, R$ 850 milhões. Com a produção nacional, o Brasil deverá economizar R$ 170 milhões por ano.”
Na área acadêmica, o investimento chega a R$ 700 milhões entre 2003 e 2009. “São estudos que apresentam resultados aplicáveis ao Sistema Único de Saúde e à melhoria da qualidade de vida da população”, explica Guimarães. O governo federal ainda vai aplicar R$ 350 milhões na modernização e ampliação das fábricas de vacinas no País entre 2010 e 2012.
Além dessas ações, Guimarães acrescenta que o BNDES está pensando em incentivar a criação de uma empresa competitiva para competir no mercado global. “Trata-se de uma empresa para ser mais competitiva. A Novartis tem gordura e capital para inovar, correr riscos e continuar com caixa para operar”.