Redação SI 09/10/2003 – 04h32 – O frigorífico Independência, um dos maiores exportadores brasileiros de carne bovina, com grande penetração no mercado europeu, decidiu diversificar seus negócios e apostar também nos embarques de carne suína.
Com investimento de US$ 1 milhão em uma unidade em Itararé (SP), a empresa deve começar a operar comercialmente no segmento de suínos entre o fim deste mês e o início de novembro, quando deve iniciar a exportação para a Rússia, principal destino das vendas globais brasileiras do produto ao exterior e, inicialmente, o mercado-alvo do frigorífico no ramo.
Depois de passar por reformas, a fábrica de Itararé atingiu uma capacidade de abate de até 1,5 mil suínos por dia. Segundo uma fonte do frigorífico, cerca de 75% desse volume deverá ter como destino o exterior; 25% deverá permanecer no mercado interno.
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A mesma fonte estima que, com o novo negócio, deverá aumentar em 30% o faturamento anual do Independência, que em 2002 totalizou aproximadamente US$ 220 milhões – US$ 160 milhões dos quais provenientes das exportações de carne bovina.
Do volume de carne suína que quer exportar a partir da nova unidade, o Independência garante que 100% está negociado com importadores da Rússia, país que há algumas semanas recebeu a visita de executivos do frigorífico brasileiro.
Mas a empresa também tem planos de diversificar sua carteira de clientes de carne suína no exterior. Na lista, além de outros mercados já tradicionais para o país, como Extremo Oriente e Argentina, também estão Europa e outros países da América do Sul e Central.
De janeiro a agosto, segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), os embarques brasileiros totais somaram 317,6 mil toneladas, 16,8% mais que no mesmo período de 2002. As vendas renderam US$ 327,4 milhões no intervalo.
A mesma fonte do frigorífico afirmou que, em consequência desse crescimento de demanda, decorrente da diversificação de mercados, o Independência entrou também na disputa pela unidades de suínos do frigorífico catarinense Chapecó.
Em conjunto com Sadia e Globoaves, interessadas em unidades avícolas da Chapecó, o Independência enviou carta ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na sexta-feira, mostrando seu interesse em assumir as operações de suínos dos catarinenses em Chapecó (SC) e Santa Rosa (RS) caso as negociações para a compra da Chapecó pela Coinbra, do grupo francês Dreyfus, naufraguem.
Com sede em Cajamar, em São Paulo, o Independência controla quatro unidades de abate e desossa de bovinos, três delas no Mato Grosso do Sul, além da unidade de desossa e do centro de distribuição em Cajamar, uma indústria de charque, uma fábrica de sabão e detergentes, um curtume e unidades de logística.
