Redação (22/09/2008)- Fracassou a última tentativa dos negociadores de salvar a Rodada Doha. No último final de semana, os sete principais atores das negociações chegaram à conclusão de que não há como seguir debatendo. Nenhuma nova reunião está sendo pensada, ainda que o chanceler Celso Amorim tenha programado um encontro com a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, para os próximos dias, em Nova York.
Brasil, Índia, EUA, Europa, Austrália, China e Japão exploraram formas de solucionar o impasse na questão envolvendo a importação de alimentos por parte de países emergentes, como Índia, Indonésia ou China. Esses governos queriam ter o direito de estabelecer barreiras todas as vezes que notassem que há um surto de importações que afetaria seus produtores locais. Para os americanos, interessados nesses mercados, a barreira não era aceitável se significar uma redução do mercado.
Em julho, o processo fracassou exatamente por causa desse ponto. "Não conseguimos avançar e não há nenhuma previsão de como podemos fazer isso", disse o embaixador do Brasil nas negociações, Roberto Azevedo.
O cenário mais provável é de que qualquer definição fique mesmo para 2009, quando um novo governo assume o poder nos EUA.
Diplomatas que estiveram nas reuniões revelam que o problema teria sido com a intransigência da Índia, que insistia que só com um mecanismo para impor barreiras a produtos agrícolas é que poderia aceitar um acordo.