Depois do “soluço” registrado em dezembro, quando subiu 0,5 ponto percentual em relação ao mês anterior, o índice global de preços de alimentos da FAO retomou a trajetória descendente em janeiro e atingiu o menor nível desde junho de 2012. Conforme dados divulgados ontem pelo braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação, o indicador fechou o mês em 203,4 pontos, 2,8 menos (1,4%) que em dezembro.
De acordo com a FAO, houve quedas dos preços médios em quatro das cinco categorias pesquisadas. A maior delas foi a do açúcar, já que a sustentação aos preços oferecida pela escassez de chuvas no Brasil despontou apenas no fim do mês. O índice específico para a commodity recuou de 234,9 pontos, em dezembro, para 221,7, pressionada por uma oferta confortável no mercado internacional. Trata-se do mais baixo patamar desde maio de 2010.
No grupo que inclui os óleos vegetais, como o de soja, houve baixa de 196 para 188,6 pontos (menor nível desde outubro), basicamente em decorrência da grande safra do grão na América do Sul – apesar das perdas provocadas em alguns Estados do Brasil em virtude do clima, como Goiás – e da farta produção de óleo de palma em países do Sudeste Asiático.
No grupo composto pelos cereais, a retração foi de 191,5 pontos, em dezembro, para 188,4 pontos em janeiro (piso desde agosto de 2010), ainda influenciada pela recomposição da oferta no Hemisfério Norte no ano passado e das ainda positivas perspectivas para a colheita de milho na América do Sul, mesmo com o forte calor.
O índice da FAO para as carnes também caiu, de 186,8 para 185,2 pontos (menor patamar desde agosto de 2013), mas graças ao comportamento dos preços da carne suína, uma vez que para as carnes bovina e de frango houve valorizações, ainda que marginais.
O indicador para o mercado de lácteos, em contrapartida, subiu de 264,1 pontos, em dezembro, para 267,7 pontos em janeiro, sustentado pela demanda aquecida em países como China e Rússia.
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