Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Índice de Preços de Alimentos registrou uma queda de 2,6% em maio, com uma média de 124,3 pontos. Essa redução representa uma diminuição de 3,4 pontos em relação ao mês anterior e 35,4 pontos abaixo do recorde registrado em março de 2022. A queda foi impulsionada pela redução nos preços de cereais, laticínios e óleos vegetais, que foi parcialmente compensada pelo aumento nos preços das carnes e do açúcar.
O subíndice de preços dos cereais teve uma média de 129,7 pontos em maio, uma redução de 6,5 pontos em relação a abril e 43,9 pontos abaixo do nível mais alto do último ano. Essa queda reflete a diminuição nos preços internacionais dos grãos, com exceção do arroz, que apresentou estabilidade em comparação ao mês anterior. Os preços do trigo caíram 3,5% devido à ampla oferta mundial e à renovação do acordo de exportação do Mar Negro. Já o milho teve uma redução de 9,8% devido à previsão de uma safra abundante, aumento na produção do Brasil e dos Estados Unidos, ritmo lento das exportações norte-americanas e cancelamentos de compras chinesas. A cevada e o sorgo também foram afetados pelas quedas do trigo e do milho.
No subíndice de preços dos Óleos Vegetais, foi registrada uma média de 118,7 pontos em maio, uma redução de 11,3 pontos em relação a abril. Esse é o sexto mês consecutivo de baixa nesse índice, com uma queda de 48,2% em comparação ao ano anterior. A queda contínua é atribuída aos preços mais baixos do óleo de palma, soja, colza e girassol. Os preços do óleo de soja foram pressionados pela possibilidade de uma oferta recorde do Brasil e por estoques acima do esperado nos EUA, enquanto o óleo de palma foi afetado pela queda nas importações e aumento nas exportações dos países produtores.
O subíndice de preços das carnes teve uma média de 117,9 pontos em maio, com um aumento de 1,1 ponto em relação a abril. No entanto, ainda está 4,1% abaixo do mesmo mês do ano anterior. Os preços da carne de frango subiram devido ao risco de menor oferta devido aos surtos de gripe aviária e à maior demanda asiática. Já a carne bovina registrou um aumento relacionado ao crescimento na demanda pelo produto brasileiro e à escassez persistente de oferta nos EUA, parcialmente compensados pela Austrália. A carne suína teve o quarto aumento consecutivo, enquanto a carne ovina teve uma queda.
O subíndice de preços de laticínios teve uma média de 118,7 pontos em maio, uma queda de 3,2% em relação a abril. Esse declínio foi liderado pelos preços internacionais do queijo, mas os preços do leite em pó registraram alta pela primeira vez após 10 meses consecutivos de queda.
No que diz respeito ao subíndice de preços do açúcar, a média foi de 157,6 pontos em maio, um aumento de 5,5% em relação a abril. Esse é o quarto aumento mensal consecutivo, com um aumento de 30,9% em comparação ao ano anterior. As preocupações crescentes sobre o impacto do fenômeno El Niño nas safras de 2023/24, juntamente com uma disponibilidade global abaixo do esperado na temporada 2022/23, impulsionaram o aumento dos preços internacionais do açúcar em maio. Além disso, os embarques brasileiros foram atrasados devido à concorrência com soja e milho.