As intensas chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul resultaram na paralisação de ao menos dez unidades frigoríficas de aves e suínos, informou Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Apesar dos desafios, a indústria descarta a realização de abates sanitários, focando esforços em garantir o fornecimento de ração aos animais através da solidariedade comunitária e de ações coordenadas.
Santin destacou que a mortalidade animal ocorrida deve-se exclusivamente às inundações, sem necessidade de abates preventivos. Uma colaboração entre o setor e o governo federal está em curso para transportar aves e suínos para outras unidades operacionais.
A logística tem sido o principal desafio enfrentado pelo setor, conforme apontado pelo executivo. No mercado financeiro, a repercussão das chuvas já é visível: ações de empresas do setor registraram quedas significativas na B3.
A BRF, líder na produção de aves e suínos, viu suas ações caírem 3,23%, fechando a R$ 16,18. A Marfrig, focada em bovinos, e a Minerva também enfrentaram reduções em suas cotas.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da Rb Investimentos, explicou que as interrupções nas plantas, os desafios logísticos e o impacto na safra de milho, que pode encarecer a ração, influenciaram as baixas no mercado de ações. Por outro lado, a JBS mostrou estabilidade com uma leve alta de 0,08%, beneficiando-se de uma diversificação geográfica mais ampla.
Analistas da XP Investimentos indicaram que o setor pode enfrentar impactos no médio prazo devido a problemas na cadeia de suprimentos. Segundo a ABPA, mais de 30 dias serão necessários para normalizar o sistema produtivo no estado, dado o cenário adverso atual.