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Indústria de frango busca equilibrar oferta

<p>A medida também visa reduzir a queda dos preços no mercado interno.</p>

Redação (15/03/06) – As indústrias de frango decidiram reduzir sua produção em 15%, em fevereiro, chegando a 25% em março para “reequilibrar” os estoques que estão em níveis elevados por conta do recuo das exportações em decorrência do avanço da gripe aviária, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), Ricardo Gonçalves.

Em dezembro, o quilo do frango estava cotado a R$ 1,46, mas, em fevereiro, já tinha baixado a R$ 1,27. A estimativa da Abef é a de que esse movimento de queda continue me março. “Há aproximadamente 150 mil toneladas de frangos represadas pela diminuição das exportações. Temos um mês de estoque além do necessário. É uma situação inesperada e onerosa para o produtor”, lamentou Gonçalves.

 

As exportações de frango em fevereiro mostraram, segundo a Abef, brusca desaceleração provocada pelas consequências da gripe aviária nos mercados consumidores, principalmente a Europa. Segundo Gonçalves, essa conjuntura desfavorável é agravada pela taxa de câmbio. Para reduzir esse impacto, Gonçalves revelou que o setor vai negociar com o governo o acesso a linhas de créditos mais baratas, como a dos Empréstimos do Governo Federal (EGF).

A Abef informou que, em fevereiro, a receita das exportações de frango foi de US$ 244,247 milhões, aumento de 6% sobre fevereiro do ano passado, mas recuo de 13% sobre janeiro. A quantidade exportada em fevereiro – 198.887 toneladas – foi 8% menor que a do mesmo mês em 2005 e também 7% inferior aos embarques de janeiro.

Se o momento é desfavorável para os exportadores de frango, há quem tema uma perspectiva ainda pior. A partir de setembro inicia-se o fluxo migratório de aves da América do Norte para a América do Sul e, teme-se que a gripe aviária chegue ao país. Para evitar maiores prejuízos, o governo criou um plano de prevenção contra gripe aviária, que está em fase de consulta pública.

O secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Alves Maciel, garantiu que o treinamento dos profissionais inicia-se em abril e irá até o início do segundo semestre. Serão, ao todo, 11 grupos e 1,7 mil técnicos. Além disso, seis laboratórios estão sendo capacitados. “Estamos trabalhando para não sermos pegos de surpresa” , disse.

Ontem, o Ministério da Agricultura divulgou o resultado do primeiro inquérito soroepidemiológico para a gripe aviária realizado no país. Após o exame de 105 mil amostras de aves recolhidas em 14 estados (RS, SC, PR, SP. MG, ES, MS, MT, GO, TO, DF, BA, SE, e RO) o Laboratório Nacional Agropecuário de Campinas obteve resultado negativo para o vírus da influenza aviária. Foram usadas as técnicas de sorologia e de isolamento viral das amostras coletadas no ano passado.