O presidente da Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina), Glauco José Côrte, que lidera missão da entidade à maior feira de alimentos da Ásia, a International Food and Beverage Exhibition (Foodex), em Tóquio, apresentou nesta quarta-feira, dia 5, a indústria catarinense e defendeu os diferenciais da carne suína do Estado. “Nossa indústria tem poder competitivo em sanidade, plantas modernas, preço, qualidade e tradição de pontualidade, comprovada no fornecimento de carne de frango ao Japão há mais de 30 anos”, disse.
Côrte salientou que Santa Catarina é o principal produtor e exportador brasileiro de carne suína. As empresas brasileiras realizaram encontros com 70 importadores japoneses de carne suína durante a feira. “Nos últimos cinco anos foi responsável, em média, pela produção de 760 mil toneladas ao ano e por quase um terço das exportações brasileiras de carne suína, o que corresponde a aproximadamente US$ 400 milhões anuais”.
A iniciativa ocorre oito meses após a realização, pela FIESC, também em Tóquio, de seminário, com importadores japoneses, em junho do ano passado, pouco antes do anúncio do credenciamento catarinense para exportar ao Japão. O esforço em curso agora, explica Côrte, é a conquista de negócios e por isso a presença no evento tem tanta importância. “Assim como fizemos em relação à carne do frango, temos que vir aqui, conversar, expor, apresentar os nossos produtos, para ganharmos participação significativa no disputado mercado japonês de carne suína”, disse.
O esforço catarinense em busca de espaço no mercado japonês representa oportunidade de diversificação de destinos para exportação do Estado, além de representar um atestado de qualidade que pode ser decisivo também para a conquista de vendas para outros países, já que o Japão é reconhecido como um comprador extremamente exigente.
Além das reuniões com importadores, a delegação brasileira no evento também realizou contato com a imprensa japonesa, em coletiva que contou com a presença de 30 jornalistas, onde a sanidade do produto catarinense foi destaque.
O grupo da Fiesc é integrado pelo vice-presidente estratégico da entidade e presidente da Aurora, Mário Lanznaster, e pelo diretor de relações industriais, Henry Quaresma. Também estão em Tóquio representantes da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), do Sindicato da Indústria da Carne de Santa Catarina (Sindicarne) e da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), que lançou campanha global de branding do frango brasileiro na feira.
Em busca de novos negócios para o Estado, a comitiva também esteve em Shanghai e reuniu-se com executivos da montadora Geely. “SC continua bem avaliada como alternativa para receber a fábrica prevista para o Brasil. Isso é fruto do trabalho conjunto entre Fiesc e governo do Estado”, disse Côrte após o encontro com Martin Xiang e Lisa Zhou, respectivamente, diretor e gerente do projeto Brasil da Geely. Ainda no primeiro semestre, executivos da montadora devem voltar a visitar Santa Catarina, informou.
A comitiva catarinense reforçou os principais pontos de SC para atração da montadora chinesa, que é dona da marca Volvo. Dentre os aspectos destacados por Côrte estiveram os portos catarinenses, o apoio do governo estadual e a estrutura da Fiesc, especialmente a capacitação técnica do Senai.
A empresa recentemente lançou o modelo do sedan EC 7, fabricado no Uruguai, e pretende implantar fábrica no Brasil para diversos modelos no próximo ano. A decisão do local deve ser anunciada até o final de 2014.
Na segunda-feira, dia 3, ainda em Xangai, antes de embarcar para o Japão, a comitiva catarinense teve encontros com o diretor da APEX na China, César Yu, com o cônsul do Itamaraty para comércio e investimentos, André Saboya Martins, com o cônsul-geral adjunto, Lincoln Bernardes Júnior, e com o vice-presidente da Federação das Indústrias e Comércio de Xangai, Jin Liang.
A comitiva catarinense está em missão à China e ao Japão desde sexta-feira, dia 28 de fevereiro. Eles retornam ao Estado nesta quinta-feira, dia 6.