As exportações de carne suína do Brasil para os Estados Unidos e a União Europeia devem ser liberadas já a partir de 2010, uma vez que as negociações estão em estágio avançado, avaliou nesta terça-feira (04) o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
“Este é o ano da virada”, disse Pedro de Camargo Neto, após participar do seminário de Perspectivas para o Agribusiness 2010 e 2011, promovido pela BM&FBovespa.
As exportações brasileiras de carne suína, quando autorizadas, serão feitas pelo Estado de Santa Catarina, o único reconhecido internacionalmente como livre de febre aftosa sem vacinação. Santa Catarina produz 25% dos suínos do Brasil.
A maior parte dos Estados brasileiros é considerada livre de aftosa com vacinação, algo que é usado por alguns importadores como barreira sanitária.
De acordo com Carmargo Neto, os EUA já divulgaram em consulta pública um estudo sobre as condições da indústria brasileira, assim como a União Europeia já enviou um relatório sobre o setor ao Brasil, que respondeu a questionamentos nesse estágio final para a liberação.
O Brasil exporta anualmente cerca de 600 mil toneladas de carne suína, respondendo por pouco mais de 10 por cento do volume total negociado no mundo.
Segundo Camargo Neto, o setor aguarda com ansiedade a liberação dos EUA e da UE para poder se preparar para aumentar a produção, que atualmente está ajustada ao consumo interno e à demanda externa, de acordo com ele.
A liberação da carne suína brasileira pelos norte-americanos ocorre durante as negociações com os EUA relacionadas ao processos que condenaram os subsídios ao algodão.
Carmargo Neto disse que trabalha ainda para que a carne brasileira seja também liberada este ano pela Coreia do Sul e Japão. Ele também aguarda uma missão da China para que seja finalizado o processo de abertura junto aos chineses.