O trimestre julho-setembro de 2013 terminou com bons sinais para a segurança alimentar na América Latina e Caribe, disse hoje o Escritório Regional da FAO.
De acordo com o Boletim Trimestral de Segurança Alimentar, nesse período os preços dos alimentos na região se mantiveram baixos, enquanto que o comercio alimentar e a produção de grãos dos países cresceu positivamente.
“Se somamos a isso o crescimento econômico positivo e a estabilidade das dimensões regionais da segurança alimentar, vemos que existem as condições para que a região continue seu forte avanço em direção à meta de fome zero”, disse o Representante Regional da FAO, Raul Benitez.
Benitez lembrou que a América Latina e Caribe é a região do mundo que realizou os maiores progressos na luta global contra a fome, reduzindo em 20 milhões o número de pessoas que passam fome, nas últimas duas décadas.
Produção de grãos se expande da América Latina e Caribe
Na América Latina e Caribe, as previsões indicam que a produção de grãos irá superar em 9,5% a produção do ano anterior, alcançando 223,1 milhões de toneladas. Dessas, 181,1 milhões de toneladas correspondem exclusivamente à produção da América do Sul, sub-região que incrementaria sua produção em 11,3% com respeito à temporada anterior.
Baixa inflação dos alimentos
A inflação dos alimentos na América Latina e no Caribe foi de 1,3% durante o terceiro trimestre, o nível mais baixo no ano para um trimestre.
Isto confirma a tendência de desaceleração que tinha mostrado o trimestre anterior, quando atingiu 2%. A inflação geral trimestral, entretanto, mostrou quase que o mesmo nível do trimestre anterior, atingindo 1,5%.
Países como o Brasil, Guatemala, Panamá, Nicarágua e Venezuela, foram os que mais contribuíram para a redução no movimento dos preços dos alimentos. (Mais informações)
Resultados positivos na balança comercial
A balança comercial dos alimentos no segundo trimestre de 2013 ultrapassou os 44 bilhões de dólares, 18% acima do desempenho comercial do mesmo trimestre do ano passado. A maioria dos países latino-americanos apresentou saldos favoráveis durante o segundo trimestre de 2013.
Durante o segundo trimestre de 2013, as exportações de alimentos estiveram perto de chegar a 64 bilhões de dólares, 14% acima do valor exportado no mesmo período de 2012. Esse desempenho é explicado, em grande parte, pelos bons resultados observados na Argentina e no Brasil, principais exportadores da região, responsáveis por 60% das exportações de alimentos no trimestre.
Importações regionais aumentaram 5% em comparação com o segundo trimestre do ano passado, chegando a 19,4 bilhões de dólares. O principal importador da região é o México, concentrando um terço dos produtos alimentícios importados na América Latina.
Estado das quatro dimensões da segurança alimentar
Acesso: O terceiro semestre foi de consolidação das boas perspectivas: os preços dos alimentos reduziram suas taxas de crescimento e as economias continuam se recuperando. Ambos os elementos permitem sustentar uma melhora no acesso aos alimentos.
Disponibilidade de alimentos: em termos de produção as perspectivas são animadoras. A disponibilidade de alimentos aumentou e a região continua a ser um ator-chave neste tema.
Estabilidade: foi menos afetada em países específicos. No Chile, algumas regiões produtoras sofreram com a seca, enquanto a Venezuela foi afetada pelos altos preços dos alimentos, e enquanto estes aceleraram seu ritmo de crescimento no terceiro trimestre: na Bolívia, no Paraguai, República Dominicana e Uruguai.
Uso: se destacam Argentina e Brasil, onde foram estabelecidas políticas que incentivam hábitos alimentares saudáveis.