Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Inflação de agropecuários vai demorar para perder força, prevê FGV

<p>É o caso do milho, por exemplo, cuja procura em todo o mundo está forte, devido à possibilidade de usar o item para fazer etanol.</p>

Redação (18/12/2007)- A inflação no início de 2008 deve vir bem pressionada para cima, principalmente para o consumidor, na análise do coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. "Vamos entrar em 2008 com um patamar de inflação muito mais alto do que quando se iniciou o ano de 2007", admitiu o economista. Ele comentou que os aumentos de preço mais expressivos no setor agropecuário atacadista não devem registrar desacelerações bruscas no curto prazo.
Na análise do economista, vai levar um tempo até que a inflação do setor agropecuário e de alimentos perca força, tanto no atacado quanto no varejo. "Não começamos o ano em uma situação tranqüila, em termos de repasse dos custos de alimentação. A demanda interna não vai acabar tão cedo e, mesmo assim, os aumentos dos alimentos não são originados somente da demanda interna, como também da externa", afirmou, acrescentando que a demanda externa, no caso de alguns produtos, "está longe de acabar". É o caso do milho, por exemplo, cuja procura em todo o mundo está forte, devido à possibilidade de usar o item para fazer etanol.
Com a continuidade dos aumentos dos preços dos produtos agropecuários no atacado, o repasse dessa elevação de preços para o varejo vai continuar. "A inflação dos alimentos, que foi o grande destaque de 2007, não acabou. Ela vai prosseguir em 2008", disse.
O economista acrescentou que, assim como o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de 2007, que ficou em 7,38%, foi puxado para cima por fortes elevações de preços nos setores de agropecuária no atacado e de alimentação no varejo, também acontecerá o mesmo com os resultados anuais do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que ainda serão divulgados pela FGV. "Com certeza vão vir acima de 7%", afirmou.