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Economia

Inflação nos EUA segue abaixo das expectativas, mas pressões sobre aumento de juros permanecem

Leitura da inflação nos EUA reduz as pressões sobre o Federal Reserve (Fed) em relação a futuros aumentos de juros, além do já esperado para o mês de julho

Inflação nos EUA segue abaixo das expectativas, mas pressões sobre aumento de juros permanecem

Segundo o mais recente estudo Brazil Weekly do Rabobank, que traz uma análise abrangente do cenário macroeconômico brasileiro, a inflação ao consumidor nos Estados Unidos surpreendeu ao registrar 3,0% ao ano em junho, ficando abaixo das expectativas do mercado. Essa leitura da inflação nos EUA reduz as pressões sobre o Federal Reserve (Fed) em relação a futuros aumentos de juros, além do já esperado para o mês de julho. O Rabobank, no entanto, não descarta a possibilidade de um segundo aumento de juros no país.

No cenário doméstico, a inflação ao consumidor no Brasil atingiu um mínimo de 3,2% ao ano em junho. Apesar das pressões inflacionárias nos serviços, o relatório deixa o mercado se perguntando se um corte na taxa de juros está próximo no país. O Rabobank aponta que, embora acredite que fatores de valorização prevaleçam no curto prazo, uma reversão das expectativas de mercado pode rapidamente levar à erosão dos ganhos do Real (BRL). Com base nisso, o Rabobank mantém sua previsão de que o câmbio entre o dólar americano e o real brasileiro (USDBRL) alcance 5,05 até o final de 2023 e 5,15 até o final de 2024.

O estudo também revela que a inflação ao consumidor no Brasil registrou uma variação de -0,08% em junho em relação ao mês anterior. Embora os preços de Alimentos e Bebidas, assim como de Transporte, tenham sido importantes fatores para o índice geral, a inflação nos serviços apresentou um aumento significativo e se mostra resistente. Com base nesse relatório, o Rabobank revisa suas projeções de inflação para 5,1% em 2023 (anteriormente 5,4%) e 3,9% em 2024 (anteriormente 3,7%). Além disso, as expectativas de inflação para 2025 recuaram para 3,55%, em comparação com os 4,00% registrados no início de junho. Com a diminuição das expectativas de inflação e a desaceleração da atividade econômica, o Rabobank agora enxerga espaço para que o Comitê de Política Monetária (Copom) realize um corte de 25 pontos-base na taxa Selic na próxima reunião de agosto, levando a taxa de referência para 12,00% no final de 2023 e 9,50% no final de 2024.

Outros destaques do estudo incluem o surpreendente crescimento de 0,9% no setor de serviços em maio, impulsionado principalmente pelo setor de Transporte. Por outro lado, as vendas no varejo apresentaram resultados fracos mais uma vez, com uma queda de 1,1% nas vendas no varejo básico em maio, e uma queda de 1,0% no índice de vendas no varejo amplo, que inclui veículos e construção civil. Essa tendência é atribuída ao impacto da política monetária mais restritiva sobre as categorias sensíveis ao crédito e à renda.

No que diz respeito à atividade econômica, o relatório indica que o Produto Interno Bruto (PIB) mensal do Banco Central (BCB) contraiu 2,0% em maio em relação ao mês anterior. Isso implica um crescimento de 2,1% em relação ao ano anterior, indicando uma desaceleração em relação às expectativas do mercado. O Rabobank destaca que, à medida que os efeitos positivos da safra recorde de 2023 se dissipam, os efeitos defasados da política monetária se tornam mais evidentes. Dessa forma, o Rabobank projeta um crescimento de 2,3% em relação ao ano anterior no segundo trimestre de 2023 (ou 0,1% em relação ao trimestre anterior) e um crescimento de 2,3% em 2023.

Além disso, o estudo menciona que, após a divulgação do relatório IBC-Br na segunda-feira, a atenção se volta para as negociações sobre a reforma tributária do consumo no Senado durante o recesso do Congresso. Espera-se também que o Secretário de Receitas Federais divulgue seu relatório de julho, com a expectativa de que as receitas federais alcancem BRL 180,1 bilhões. Esses fatores terão impacto na economia brasileira nos próximos meses, à medida que o país busca equilibrar a inflação, o crescimento econômico e a estabilidade fiscal.