Redação (14/07/2008)- Apesar do preço razoável, a alta do milho, que é o principal ingrediente do custo de produção, está impedido uma ganho em rentabilidade para os produtores de carne de porco. A avaliação é do presidente da Associação Paranaense dos Suinocultores, Irineu Wessler. Para ele, hoje o produtor precisa investir no manejo, uma vez que a margem de lucro é ””””muito pequena.””””
A alta do milho foi provocada por fatores externos e internos. As enchentes nos Estados Unidos e a geada registrada no mês passado no Paraná impulsionaram o preço do milho que, junto com o farelo de soja, é o componente mais importante da ração dos animais.
Wessler ressalta que o setor enfrentou uma forte crise nos dois últimos anos, ainda como reflexo da decretação de focos de febre aftosa no estado. A saída que está sendo tentada junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é tentar baixar o preço do milho. ””””Mas como estamos próximos do início da safra há sempre o risco desmotivar os criadores””””, advertiu. O presidente da associação acrescentou que, no entanto, a carne de porco está sendo uma opção para os consumidores nesta época de alta geral dos preços dos alimentos.
De acordo com a técnica do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento Ana Paula Brenner Busch, o setor tem registrado um crescimento tanto na quantidade quanto no preço. ””””Este ano está sendo de recuperação e os criadores estão investindo mais na produção””””, destacou.
Outra consequência do aumento do milho e do farelo de soja é a pressão nos preços dos produtos avícolas. E a tendência, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) Domingos Martins, é que esses valores não baixem. Mesmo assim, o produtor poderá ter, na opinão dele, uma pequena recuperação nos preços. ””””Essa recuperação será numa porcentagem pequena e não vai chegar a pesar no bolso do consumidor, que busca promoções e foge dos preços altos””””, declarou
Para Martins, o crescimento no consumo não é consequência da alta do preço da carne bovina, mas do aumento do poder aquisitivo da população. Ele avalia que não houve migração entre os diferentes tipos de carne. No entanto, integrantes das classes D e E teriam passado a consumir o frango.
A pressão do custo de insumos reflete também no preço do ovo, que tem atingido os melhores valores para os produtores nos últimos anos. A caixa de 30 dúzias no estojo está saindo a R$ 54,00. O problema, na avaliação do presidente da Associação Paranaense de Avicultura (Apavi) Victor Evandro Bertol, é que o alto preço dos insumos também está impedindo o produtor de ovos de obter uma rentabilidade satisfatória. ””””O milho e o farelo de soja representam 65% dos custos de produção. O preço do ovo está bom, mas a margem para o produtor é pouca””””, destacou.
Para o técnico do Deral Roberto de Andrade Silva, a inflação dos alimentos é outro fator que está proporcionando aumento do consumo do ovo, que é considerado a mais barata entre as fontes de proteína. Só que o aumento dos custos de produção, na opinião dele, está levando o preço do produto ao limite. Por isso, a saída para os produtores é investir no manejo. ””””Essa é a forma que os criadores têm hoje para melhorar a produtividade e a rentabilidade””””, avalia. do mundo.
– Ninguém quer preservar nossas florestas mais do que nós, mas os países que mais poluem devem começar a discutir seriamente a redução da emissão de gases poluentes – afirmou Lula.