Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Investimento para vender carne suína

SC precisa de cerca de R$ 5,4 milhões para poder exportar para a União Européia.

Redação SI 27/01/2004 – 06h49 – Santa Catarina precisará investir cerca de R$ 5,4 milhões nos próximos dois anos para conseguir exportar carne suína ao mercado europeu. Este é o valor para a implantação de um projeto feito pelo Istituto Zooprofilattico de Teramo, na Itália, e apresentado ontem de manhã pelo secretário da Agricultura de Santa Catarina, Moacir Sopelsa. De custo inicial, o projeto teria cerca de R$ 2,7 milhões.

“Hoje ainda não estamos aptos para exportar nos padrões exigidos. Nada foi feito nos últimos anos em Santa Catarina no que diz respeito à sanidade animal. Estamos totalmente despreparados se houver algum foco de aftosa no Rio Grande do Sul ou no Paraná”, reconheceu o secretário. “Quando tivermos mais segurança conseguiremos vender para o mundo. Se não entrarmos com nossos produtos na Europa é bem provável que não consigamos vender também para o Japão e para a China.”

O instituto italiano apresentou ao governo catarinense um relatório com orientações sanitárias para que o Estado obtenha autorização de negociar a carne de seus suínos com os países da União Européia. O relatório pede, entre outros ítens, a comprovação de que há condições de se diagnosticar imediatamente um caso de febre aftosa.

Ele prevê também um número significativo de médicos veterinários especializados em defesa sanitária atuando em território catarinense . Para se tomar como referência, só na Itália, que três vezes maior que Santa Catarina, há 4 mil veterinários trabalhando nesta área. Em todo o Brasil este número não chega a 3 mil, 200 deles em Santa Catarina.

Santa Catarina esta há 11 anos sem registro de febre aftosa. Há quatro anos não tem sido necessária a vacinação do rebanho. Este é um dos fatores que contam na hora de se vender carne de porco na Europa. Segundo técnicos da secretaria da Agricultura, os países europeus estão cobrando, além do não registro da doença, a existência de estrutura veterinária e de emergência sanitária eficientes de seus fornecedores.

Sopelsa informou que o primeiro passo será apresentar a proposta italiana aos sindicatos e empresas do setor e que só então irá levá-la adiante nas áreas públicas. Segundo ele, se não houver interesse dos setores produtivos as possibilidades de o projeto ser implantado são mínimas.

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, reclamou que o Estado não tem um projeto único para a suinocultura e que a propostas italiana, embora não a conheça, pode ser bem vinda. “É uma questão de sobrevivência para nós. Temos a necessidade de buscar novos mercados consumidores e acredito que não haverá empecilhos por parte dos produtores.”