O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou alta de 0,20 por cento em agosto, depois de avançar 0,16 por cento na terceira quadrissemana do mês, em meio à alta dos preços de Alimentação, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira.
Em julho, IPC-S havia registrado deflação de 0,17 por cento.
Com o resultado de agosto, o IPC-S acumula alta de 3,32 por cento no ano e de 5,54 por cento nos últimos 12 meses, depois de acumular 5,80 por cento em julho.
Na comparação com a terceira quadrissemana, o destaque ficou para o grupo Alimentação, com avanço de 0,17 por cento após variação positiva de 0,03 por cento na apuração anterior.
Nesta classe de despesa, a FGV destacou o comportamento do item frutas, cuja variação passou de queda de 2,00 por cento para alta 0,03 por cento.
A expectativa a partir de agora, segundo o economista da FGV Andre Braz, é de aceleração da alta devido ao impacto da desvalorização recente do real. Ele espera um nível de 0,40 por cento em setembro.
“Inicialmente, pensava numa taxa de 0,30 ou 0,35 por cento em setembro, mas o repasse do câmbio e das commodities deve elevar esse patamar. O câmbio vai aparecer ao longo dos próximos 3 meses”, disse ele.
“Se (o dólar) ficar no atual patamar, o processo se esgota nesse período. A influência não será gigante, mas deve contaminar rações e encarecer carnes, aves, suínos, além de massas, farinha e biscoitos”, completou ele.
No último dia 23, o Banco Central iniciou um programa de leilões cambiais diários com o objetivo de “prover hedge cambial aos agentes econômicos e liquidez ao mercado”, de modo a impedir uma maior turbulência nesse mercado.
E na semana passada, de olho na inflação ainda alta, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar novamente a taxa básica de juros Selic em 0,50 ponto percentual, para 9,0 por cento ao ano, no que foi interpretado pelo mercado como uma sinalização de que haverá novo aumento dessa magnitude.