Da Redação 04/10/2005 – O índice de preços recebidos (IPR) pelos produtores agropecuários paulistas, pesquisado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA) – vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado – ganhou fôlego e fechou setembro com variação positiva de 0,88% – a primeira alta desde março deste ano -, com aumento de 3,12 pontos percentuais em relação a agosto.
Segundo Nelson Batista Martin, diretor da pesquisa, a variação positiva deve-se à recuperação dos preços dos produtos de origem vegetal e a menor queda dos de origem animal. “A expectativa era que o índice fechasse estável, próximo de zero”, disse o pesquisador.
Martins explicou que alguns produtos de origem vegetal, que estavam em queda, caso da batata, fecharam praticamente estável. Neste ano, a batata acumula queda de 31,82%, mas encerrou o mês sem alteração. O algodão, que também acumula desvalorização de 29,41% no ano, fechou estável.
Os preços do café tiveram a maior variação negativa entre os produtos vegetais, uma vez que a florada para a próxima safra indica colheita recorde, acima de 48 milhões de sacas. Os produtos de origem animal também ajudaram a sustentar o IPR. “Os preços do boi gordo pararam de cair, o que ajudou a dar suporte ao índice.”
Com o resultado de setembro, a variação acumulada do IPR nos nove primeiros meses do ano chegou a 2,76%, acima de índices inflacionários como o IGP-M (0,21% no período) e o IPC-Fipe (3,13%, segundo cálculo do IEA ).
Martin estima que, para outubro, a tendência é de que o índice fique entre 0,5% negativo e 0,5% positivo. “Temos de observar como o câmbio se comporta e ver a reação das commodities agrícolas.”