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Exportação

Iraque em destaque

Exportações para o o país dobram em 2009. Embarques de frango brasileiro também cresceram em janeiro.

Iraque em destaque

As obras para reconstrução do Iraque abriram oportunidades de negócios para empresas brasileiras. Em 2009, as exportações do Brasil para o país do Oriente Médio praticamente dobraram, atingindo US$ 717 milhões. Além do aumento, houve diversificação de produtos, embora a pauta ainda se concentre em frango. A participação de veículos como tratores agrícolas e motoniveladoras nas exportações diretas do Brasil ao Iraque cresceu de 1,5% para 9,5%. Com fatia de 4% nas exportações totais da Agco do Brasil, o país surgiu em 2009 no mapa de vendas da fabricante de equipamentos agrícolas.
O número total de empresas que exportam aos iraquianos também aumentou. No ano passado, foram 117 empresas, enquanto em 2008 eram 87.
A evolução das exportações ao Iraque não ajudou apenas produtos novos na pauta. Itens tradicionais, como a carne de frango e seus derivados, que representam cerca de 80% das vendas àquele país, também tiveram crescimento de exportação.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações diretas de frango e seus derivados ao Iraque aumentaram em valor em 40,4% em 2009, na comparação com o ano anterior. Levando em conta as exportações triangulares, as exportações de frango, segundo dados da Câmara Brasil-Iraque, cresceram 147% no ano.

Em 2008, apenas Perdigão e Doux Frangosul venderam entre US$ 10 milhões e US$ 50 milhões em frango e derivados para os iraquianos. No ano passado, outras quatro empresas do setor entraram nessa faixa.
Uma delas foi a paranaense Diplomata Industrial e Comercial. A empresa informa que em 2009 as vendas ao Iraque superaram as expectativas. Enquanto o Brasil registrou um aumento de 153% no volume exportado para o Iraque, a Diplomata obteve um aumento de mais de 500%. As vendas ao exterior da empresa saltaram de 1,7 mil toneladas, em 2008, para 11,6 mil toneladas no ano passado.
A empresa destaca a melhora do mix embarcado: em 2008, a pauta de produtos exportados ao Iraque havia se concentrado em 82% no frango inteiro. Em 2009, essa concentração ficou em 65%, enquanto o Brasil manteve uma concentração média de 75% neste item. A empresa acredita que em 2010 não haverá elevação tão expressiva quanto a de 2009, porque, com a recuperação dos mercados internacionais, a tendência será uma maior diversificação dos países compradores. A Diplomata acredita, porém, que o Iraque deve manter-se como o quarto principal cliente da empresa no Oriente Médio.
As exportações de frango para o Iraque também tiveram alta expressiva em janeiro. Num mês em que as exportações totais do produto recuaram 15% (para 233,3 mil toneladas), as vendas ao país subiram em volume 34,5% sobre janeiro de 2009, para 9,9 mil toneladas. Em receita, a alta foi ainda mais significativa, de 98,36%, saindo de US$ 7,9 milhões para US$ 15,8 milhões, segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef).
O frango importado para o Iraque é abatido no método Halal, que segue os preceitos muçulmanos. Esta semana, os exportadores brasileiros participam da feira GulFood, em Dubai, onde esperam ampliar o volume de negócios com países muçulmanos, segundo o presidente da Abef, Francisco Turra. Ele afirma que o fato de o Brasil ter tradição nesse tipo de abate garante as vendas para esses mercados.
Para o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Iraque, Jalal Chaya, as exportações brasileiras não devem estacionar nos valores de 2009. “As vendas do país ao Iraque podem dobrar novamente em 2010”, estima.
Para Chaya, o país ainda pode expandir as vendas de outros produtos alimentícios, além de equipamentos agrícolas, instrumentos hospitalares, caminhões, tratores e veículos leves. Ele destaca o papel do governo iraquiano como comprador de equipamentos de transporte. Segundo ele, a licitação de novos campos de petróleo, que prometem triplicar em três anos a produção diária do óleo no Iraque, deve ajudar também a elevar a demanda por produtos no mercado internacional, dando oportunidade às exportações brasileiras.