Redação (17/02/2009)- A movimentação dos portos de Itajaí e Navegantes despencou nos últimos três meses em função do assoreamento do calado do rio Itajaí-açu e dos danos físicos provocados pelas enchentes do final de novembro do ano passado. A movimentação do porto de Navegantes, que em outubro de 2008 foi de 40 mil TEUs, caiu para 17 mil em janeiro. Já o porto municipal de Itajaí, o maior exportador de congelados do Brasil, está operando com apenas 10% da capacidade, de 80 mil TEUs por mês, e deixando de faturar cerca de R$ 30 milhões por dia. O diretor Técnico do Porto de Itajaí, Tito Arruda, afirma que somente um berço, o quatro, está operando atualmente que pode comportar apenas um navio por dia.
Segundo Arruda, a movimentação em janeiro de 2008 foi de 55 mil TEUs e em janeiro de 2009 de 20 mil. As exportações de frangos, principal item da pauta, caiu de 125 mil toneladas em janeiro do ano passado para 30 mil em janeiro deste ano. "Os navios são grandes, de 230 metros, mas entram com carga limitada", diz Arruda. O presidente do Conselho de Administração da Portonave, Carlo Bottarelli, afirma que cada metro de calado a menos significa a redução de quatro mil toneladas de carga transportada. "Se considerar que um contêiner possui 20 toneladas, são 200 contêineres a menos por navio", detalha.
O diretor superintendente da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, afirma que o porto de Navegantes deveria estar faturando acima de R$ 15 milhões por mês, mas em janeiro foram contabilizados R$ 7 milhões. Bottarelli diz que a perspectiva de movimentação do Porto de Navegantes para o último trimestre do ano passado era de 120 mil TEUs, mas só foi possível realizar pouco mais da metade disso (65 mil TEUs).
A profundidade do rio, anteriormente de 11,3 metros passou para sete metros devido aos resíduos trazidos pela chuva. No final da última semana o Centro de Hidrografia da Marinha anunciou que com a dragagem em curso a profundidade chegou a 9,5 metros.
Somente hoje o ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Pedro Brito, assina em Itajaí as ordens de serviços com empresas responsáveis pelas obras civis de recuperação dos berços 1 e 2 e da retroárea do porto de Itajaí. O Consórcio Triunfo/Serveng/Constremac apresentou o valor de R$ 171,8 milhões para executar os serviços dos berços 1 e 2. Já para a retroárea, a empresa Construter ofertou R$ 28 milhões. A expectativa é que o porto volte a operar em sua capacidade plena ainda este semestre. Pedro Brito visitou a cidade no dia 2 de dezembro e constatou os estragos nos berços 1 e 2. Na ocasião, anunciou R$ 350 milhões do governo federal para obras de recuperação.
Já a dragagem do canal que está em curso tem prazo para conclusão no dia 15 de março, mas há expectativa de adiantar os serviços. "Nossa vontade é de que o Rio Itajaí, próximo aos berços de atracação, esteja com uma profundidade ideal para o retorno das operações portuárias", afirmou o superintendente do porto, Antônio Ayres dos Santos Júnior.
Itajaí opera apenas com 10% de sua capacidade
Local, maior exportador de congelados do país,está deixando de faturar cerca de R$ 30 milhões por dia.