Redação (16/05/06)- A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) entrou ontem com pedido de liminar na Justiça Federal para que os auditores da receita federal, em greve desde 2 de maio, mantenham um mínimo de pessoas no porto de Itajaí para que as operações de embarque e desembarque de mercadorias não sejam prejudicadas. O porto de Itajaí, segundo o gerente de negócios, Leônidas Ferreira, está preocupado com a continuidade da greve, que poderá comprometer as operações.
De acordo com Ferreira, o porto opera hoje com quase 90% do seu pátio de 120 mil metros quadrados tomado por contêineres, um volume acima do normal, que seria de 70% de ocupação. Se a greve dos auditores da receita federal continuar, ele acredita que em mais dois dias o porto poderá ter suas atividades comprometidas. “Em mais dois dias, o porto estaria bem próximo de parar”, diz.
Itajaí é o principal porto de movimentação de contêineres do Estado e o que mais vem sentindo as conseqüências da paralisação. Ele é usado principalmente pela indústria de carnes, madeira, metal-mecânica e têxtil. Segundo Ferreira, os contêineres que vão para o canal vermelho – um processo de fiscalização mais detalhado das mercadorias – não estão sendo liberados por falta de fiscais. O processo, geralmente demorado – de 72 horas a uma semana -, está completamente paralisado.
Também há um movimento maior de navios que estão ao largo, ou seja, à espera de berço para atracação por uma demora maior nos processos triviais de fiscalização. Ontem, esse volume atingia cinco navios, quando o mais comum seria até três embarcações.
De acordo com o sindicato dos auditores fiscais (Unafisco), o movimento recebeu uma adesão forte em Itajaí. Pelo menos 70% dos auditores decidiram paralisar as atividades. O movimento informa que mantém dois dos cinco auditores que atuam no porto de Itajaí, cumprindo um número mínimo de fiscais estabelecido por lei.