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Mercado Externo

Japão sacode commodities

Após terremoto no país, suíno é o produto mais afetado nas bolsas americanas. Mercado futuro suinícola teve queda de 1,1% o quilo nos Estados Unidos.

Os tremores que balançaram o Japão na tarde dessa sexta-feira também mexeram com o mercado das commodities agrícolas nos Estados Unidos. Os investidores ainda tentam identificar, com cuidado, o impacto causado pelo desastre, principalmente em relação à demanda desses produtos, mas o clima já é definitivamente de instabilidade, principalmente no caso do suíno e do milho.

Os mercados futuros dos dois produtos já chegaram a uma das maiores quedas de seus históricos, como acontece com a maioria das commodities vendidas em períodos de desastre. As negociações de outros setores vieram de investidores que apenas buscavam sair do mercado das commodities agrícolas, devido à incerteza que segue um desastre natural. “O impacto imediato após o terremoto foi de extrema incerteza – a situação mais odiada pelos investidores”, disse Bryce Knorr, analista da publicação americana Farm Futures.

O mercado futuro do porco vendido pelo contrato de abril – o mais negociado – teve queda de 1,1% o quilo, passando para 88,85 centavos de dólar a libra. Os contratos de junho caíram 1,6 centavos de dólar, para 99,85 centavos a libra.

O Japão é o maior consumidor de porco dos Estados Unidos, baseado nas vendas totais. O país gastou aproximadamente US$ 1,65 bilhão em importações no ano passado com o produto. De acordo com a USDA – Departamento Norte-Americano de Agricultura – e com a Federação Americana de Exportação de Carne, o Japão representa mais de 34% da exportação americana de porco.

Ainda é cedo para avaliar os danos gerais, no curto prazo. “Parece que haverá uma interrupção significativa dos meios de transporte”, disse Jim Herlihy, porta-voz da Federação de Exportação Americana. E devido a isso, segundo ele, é possível que ocorram atrasos nos embarques de carne por parte dos EUA, o que poderia estimular, temporariamente, o trabalho de mais fornecedores de porco no mercado interno.

Os preços do milho caíram após o desastre, com os contratos futuros de entrega para maio descendo 2,3%, para US$ 6,67 o bushel. A previsão é de que o Japão importe 16,1 milhões de toneladas do produto nesta safra, que termina em 31 de agosto. O número representa 17% do total das importações mundiais.

Os valores dessa commoditie estão particularmente sensíveis a alterações, após ter enfrentado 32 meses de forte demanda. Agricultores preocupados não plantarão o grão em quantidade suficiente na Primavera deste ano para repor os fornecedores. Os EUA é o maior exportador mundial de milho.

“Os comerciantes estão temendo uma desaceleração na atividade de compra”, disse Brian Hoops, presidente da Midwest Market Solution, uma corretora do Estado de Dakota do Norte, Estados Unidos.

Os mercados futuros de trigo e soja do país caíram nas negociações dessa sexta, até o fechamento desta edição, enquanto o mercado futuro de gado vivo estavam praticamente estáveis.