O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento avançou mais uma etapa no processo de abertura do mercado japonês à carne bovina termoprocessada brasileira. O governo do Japão informou nesta segunda-feira (6) à ministra Kátia Abreu que enviará técnicos ao Brasil para visitar laboratórios, frigoríficos e fazendas com o objetivo de acelerar a liberação da entrada do produto naquele país.
Kátia Abreu está em viagem oficial a Tóquio para negociar a ampliação do comércio bilateral entre as duas nações, além de apresentar os potenciais de investimento estrangeiro no Programa de Investimento em Logística – lançado em junho pelo governo federal.
O Ministério da Agricultura cumpriu a penúltima das sete etapas previstas para a liberação de carne bovina termoprocessada, que está embargada pelo Japão desde dezembro de 2012 devido a um caso atípico de vaca louca registrado na época.
Os ministérios da Agricultura e da Saúde do Japão receberam nesta segunda-feira os documentos de análise de risco que estavam pendentes. A próxima etapa é a abertura de uma consulta pública de 30 dias, que será realizada paralelamente à inspeção a frigoríficos, laboratórios e fazendas no Brasil.
“Sabemos da preocupação do Ministério da Saúde. Por isso, queremos, com muita compreensão, que o governo japonês conheça de fato o sistema brasileiro de defesa, porque temos certeza que eles eliminarão suas preocupações. Nada hoje é mais importante para o Mapa do que aprimorar o sistema de defesa animal e vegetal”, afirmou Kátia Abreu à vice-ministra da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, Keiko Nagaoka.
A ministra japonesa, que cuida das barreiras sanitárias relacionadas a doenças transmissíveis ao homem, disse que encaminhará o assunto de forma “proativa”.
“Hoje trocamos muitas informações importantes em nível técnico. Gostaríamos de dar andamento a essa discussão de forma proativa e continuar com a discussão para liberar a importação de carne”, disse Nagaoka durante a reunião.
Carne in natura
A ministra Kátia Abreu acrescentou ainda que trabalhará para que o Japão libere a importação de carne bovina in natura até dezembro, quando a presidente Dilma Rousseff visitará o país. O produto brasileiro nunca teve acesso ao mercado japonês.
“Confiamos no status do Brasil com relação à carne bovina. Temos reconhecimento de organizações internacionais, como OIE [Organização Mundial de Saúde Animal], que afirmam e reafirmam a qualidade da carne brasileira. O Japão tem uma ótima relação com o Brasil e, do ponto cientifico e técnico, não teremos problema nessa área”, observou Kátia Abreu.