Redação (19/02/2009) – O ministro Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, informou à Agência Brasil que já está iniciado “o processo de investigação” quanto à suposta triangulação na importação do leite da Argentina.
“Acionamos o serviço de vigilância sanitária e pedimos à Receita Federal para fazer exame das origens”, disse ele, acrescentando que já se reuniu com a Comissão de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O ministro informou que em uma semana ou dez dias o governo poderá estabelecer alguma medida para reverter a importação, o que poderá ser o aumento de alíquota. Ele não quis antecipar percentuais em estudo.
A iniciativa de Stephanes foi elogiada pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que não poupou críticas ao Itamaraty. “A chancelaria brasileira deve defender o Brasil e não os países da América do Sul. Essa boa vontade da chancelaria nos traz muita dúvida e insegurança. É muito fácil ser paciente quando não se produz, quando não está em jogo o seu patrimônio, toda a sua atividade e o seu trabalho”, reclamou a senadora.
Gilman Viana, secretário de Agricultura de Minas Gerais (que representa 30% da produção nacional de leite), complementa as críticas à diplomacia e ao governo federal. “As autoridades brasileiras têm falado que são contra o protecionismo nessa época de crise. Quanto mais aberto o comércio, melhor [dizem]. Eu perguntaria: é essa abertura que o governo brasileiro quer? Nós estamos sendo instrumentos de uma exportação subsidiada que degrada a produção brasileira”.
A reportagem da Agência Brasil manteve contato com a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores que não tinha conhecimento de qualquer formalização de pedido de investigação ou denúncia de triangulação das importações de leite pela Argentina.
s, no total, ao financiamento de operações no âmbito do programa implementado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.