O leilão de licitação para a operação de dragagem do Porto de Santos foi cancelado pelo governo, que considerou todas as propostas acima do orçamento disponível. Cinco empresas ofereceram serviços, com valores variando de R$ 447 milhões até R$ 629 milhões.
“O primeiro passo é rever a nossa análise de orçamento, ver o que pode ter ocorrido de errado e reiniciar o processo. Ao mesmo tempo tem que retomar o diálogo com as empresas do setor porque o erro também pode estar do lado de lá”, afirmou o secretário de Infraestrutura Portuária, Tiago Correa, em Brasília.
A dragagem garante o aprofundamento dos canais de acesso aos portos e é fundamental para que embarcações de grande porte, com capacidade para receber um volume maior de carga, possam atracar no Porto de Santos.
Com obras de dragagem, a profundidade do canal de acesso a Santos já chegou a quase 15 metros, comportando navios de calado acima de 13 metros, que transportam até 60 mil toneladas de grãos, por exemplo. Devido ao assoreamento, o trabalho precisa se manter constante.
No final do ano passado, porém, as obras de dragagem do Porto de Santos foram suspensas. Desde então, a profundidade no berço de atracação, próximo ao cais, já reduziu um metro.
“Cada 10 centímetros de calado correspondem a mil toneladas que podem ser transportadas, ou seja, cada metro de calado poderia transportar cerca de 10 mil toneladas a mais”, demonstrou o diretor de Praticagem de Santos, Souza Filho.
Segundo o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Renato Barco, ocorreram problemas de fornecimento do serviço, devido ao encerramento de um contrato, em dezembro.
“Nós permanecemos oito meses sem fazer qualquer tipo de dragagem”, disse Barco.
O governo afirmou que um novo processo de licitação deve ser iniciado em breve.