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Leve recuperação das exportações de carne suína em janeiro

A receita do setor, em janeiro, totalizou US$ 75,37 milhões, um crescimento de 12,05%. Em toneladas, o aumento foi de 30,43%.

Redação (16/02/2009)- Após dois meses de queda nas exportações de carne suína, o mês de janeiro mostrou pequena recuperação, com um volume de 37,80 mil toneladas, em relação a 28,98 mil toneladas em igual período de 2008. A receita com as exportações, em janeiro, totalizou US$ 75,37 milhões, um crescimento de 12,05%. Em toneladas, o aumento foi de 30,43%.

"É, porém, muito cedo para falar do futuro. A queda em novembro e dezembro, resultado da crise que afetou os principais mercados de destino da carne suína brasileira, e a tragédia climática no porto de Itajaí certamente reduziram os estoques do produto nacional nos países consumidores. Agora o fluxo pode estar se regularizando. Mas é preciso aguardar as próximas semanas para verificarmos se o comportamento da demanda externa se manterá estável", afirma Pedro de Camargo Neto, presidente da ABIPECS – Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína.

Para a Rússia, principal cliente do Brasil, os embarques somaram 14,69 mil toneladas em janeiro, no valor de US$ 29,83 milhões, um aumento de 62,28% em volume e de 9,67% em receita, na comparação com janeiro de 2008.

Para Hong Kong, segundo mercado consumidor da carne suína brasileira, o País exportou 10,55 mil toneladas, obtendo uma receita de US$ 19,79 milhões. A variação foi de 30,72% em toneladas e 33,47% em valor, ante janeiro de 2008.

As vendas para a Ucrânia despencaram: em janeiro, o Brasil vendeu para aquele mercado apenas 470 toneladas num total de US$ 574 mil. A queda foi de 45,09% em volume e 67,63% em receita, em relação a janeiro de 2008.

Angola destacou-se como o terceiro mercado comprador, com 3,24 mil toneladas, uma elevação de 390% em relação a janeiro de 2008 (662 toneladas). Para a Argentina, as vendas subiram 6%, para 2,30 mil t, e para Cingapura foram de 1,57 mil toneladas, uma elevação de 4,15%.

Nos últimos dozes meses, as exportações brasileiras de carne suína atingiram 538,23 mil toneladas e US$ 1,48 bilhão.

Rússia, cotas e tarifas

A ABIPECS vem insistindo junto ao governo federal na necessidade de renegociar com a Rússia as cotas e tarifas de entrada do produto nacional. "A grande dependência da suinocultura brasileira em relação à Rússia exige uma recuperação das condições de acesso, objeto do acordo Brasil-Rússia, por ocasião da visita do Presidente Lula a Moscou, em 2005", diz Camargo Neto.

Segundo o presidente da ABIPECS, "também existe a necessidade emergencial de acelerar as tratativas com a China, visando aproveitar a viagem do presidente Lula ao país em maio, para concluir o processo de habilitação de exportação. É essencial que todas as questões técnicas estejam resolvidas com a necessária antecedência para que o evento presidencial possa ter amplo êxito para o nosso setor".

Redução da demanda no Brasil

A carne suína sofreu redução na demanda interna devido à sazonalidade do primeiro trimestre. O resultado acarretou queda no preço das carnes e do suíno vivo com reflexo nas regiões produtoras. "A ABIPECS vem orientando seus associados a reduzirem o peso de abate dos animais e a realizarem abate qualificado de matrizes em um esforço de diminuição da produção em 2009. A avaliação do que pode ser atingido com essas medidas ainda está sendo elaborada", informa Pedro de Camargo Neto.